Page 140 - O vilarejo das flores
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Aimeé saiu da pensão na alvorada, sem rumo, sem destino,
sem esperança. Não tinha mais lágrimas em seus olhos. Tinham
secado. “Meus pais não me querem, minha amiga me traiu, Francis
me traiu. Não quero ser um peso para ninguém. O que faço? ”
Perguntou-se.
Sancler chegou à casa de Francis pontualmente como sempre e foi ao
estábulo conversar com um de seus chefes, que por obra do destino
era Firenze.
—Bom dia! – Disse Sancler alegremente.
—Sancler! - Exclamou Firenze- Quando voltou?
—Ontem mesmo. Vendi toda a mercadoria e tenho mais pedidos.
Outro vilarejo que entrar na rota também.
—Amigo, se você continuar assim, logo será chefe de seu próprio
negócio.
—Que assim seja! Escute Firenze, queria te pedir um favor. – disse
Sancler todo sem jeito.
—Ora! Peça! Antes de tudo, somos amigos, e ajudamos uns aos
outros. – Disse Firenze cordialmente.
—Eu tenho uma amiga que chegou ao vilarejo, ela está grávida, mas
quer muito trabalhar...
—Grávidas não trabalham amigo. –Interrompeu Francis que chegara
naquele momento para ver os animais- Elas precisam de repouso.
—Bom dia irmão! – Disse Firenze
—Bom dia patrão! - Disse Sancler que nunca o tinha visto
pessoalmente, embora trabalhasse para ele há três meses- É uma
amiga minha, ela precisa de dinheiro e ninguém da família apoiou a
gravidez. Está desesperada.
—Nem o pai? - Perguntou Francis.
—Esse foi o primeiro, ela voltou ao vilarejo para falar com ele, mas
parece que ele não quer saber do filho.
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