Page 76 - O vilarejo das flores
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inferiores que só querem sua ruína.
        —Querida – disse ele implorando com o olhar – leve-me contigo!

        Aqui não tem nada para mim. Todos me odeiam. Ninguém me
        respeita, meus filhos me maltratam...
        —Ouça-me! – disse ela ignorando o comentário dele – você pode
        mudar tudo na sua vida, basta se esforçar.  Você precisa acordar.

               Omar sentiu um frio de repente e ao abrir os olhos viu uma
        vizinha com um balde. Estava todo molhado. A mulher acabara de
        jogar água nele.
        —Acorde homem! – gritava a mulher baixinha e gorda com expressão

        forte-Até que horas vai ficar no meio do caminho atrapalhando os
        outros?
               Já era de manhã e ele reparou que havia dormido ao relento
        novamente. Meio confuso com a ressaca e o sonho que teve, Omar

        entrou em casa para procurar algo para comer. Comeu queijo, bebeu
        leite e café. Depois se sentou e olhou ao redor dos cômodos da casa.
        Perto da cama de seu filho caçula, viu um pote de vidro com dinheiro.
        Pegou o dinheiro e saiu de casa para o bar.

               No meio do caminho ele viu Francis andando apressado em
        direção ao vale e resolveu segui-lo. Ao chegar ao vale, Omar viu uma
        casa e uma menina, que Francis abraçou e beijou quando chegou.
        Omar ficou escondido em um arbusto e viu tudo que acontecia.

        Conseguia ouvir uma coisa ou outra. E finalmente ele conseguiu
        reconhecer a menina.
        —A filha de Zaquiel? - sussurrou – Por isso ele está endinheirado.
        Sem ser notado Omar voltou ao vilarejo sorrindo. Chegou ao bar e

        gastou o dinheiro do pote de Fidias. Ainda gabou-se com os outros
        bêbados:
        —Agora eu estou rico! Vou pagar bebida para todos.
        —E como vai pagar seu bêbado? Ainda me deve de ontem. – falou o

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