Page 72 - O vilarejo das flores
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Bibiana, aproveitando-se da distração de Brigida, subiu ao
        quarto de Aimeé e começou a procurar algo, não sabia bem o que.

        Olhou em sua estante, em seu porta-jóias, no criado mudo, enfim
        bisbilhotou tudo que pôde. Cansou e deitou na cama da amiga
        largando os braços por cima da cabeça que bateram na cabeceira.
        Bibiana sentou e bateu de novo, percebendo que era oca a cabeceira.

        Nisso procurou uma abertura e achou uma tabua solta. Na cabeceira
        havia um baú e dentro um diário. Bibiana pegou e passou a folheá-
        lo. Não tinha tempo de lê-lo, por isso pegou as últimas anotações, as
        quais diziam:

               “Francis está trabalhando muito para construir nossa casa.
        Hoje ele comprou mais madeira e creio que no final do mês já terá
        terminado. Na semana que vem, ele disse que vai encomendar móveis
        com o marceneiro”

        Em outra:
               “ Hoje me entreguei a Francis. Ele disse que se sente o homem
        mais feliz do mundo e que nunca vamos nos separar. Disse para eu
        sempre confiar nele, porque nunca me magoaria e sempre quer me ver

        feliz. Disse que o amor que ele sente é eterno e que nunca sentiu isso na
        vida.
               Eu também o amo muito, mas tenho tanto medo. E se meus
        pais não o aceitarem? Se tudo que estivermos fazendo for em vão? O

        que farei sem ele?”
               Bibiana leu esses trechos e ouviu alguém subindo as escadas.
        Apressadamente guardou o diário e sentou-se na cama. Brigida
        apareceu na porta enxugando as mãos no pano de prato.

        —Achou os livros querida?
        —Não. Devo ter me enganado. Pensei que tivesse emprestado a
        Aimeé...- respondeu Bibiana um pouco tensa.
        —O que foi Bibi?- perguntou Brigida vendo a menina nervosa.

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