Page 71 - O vilarejo das flores
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Bibiana chorou por um mês pensando que o rapaz a enganara. Aimeé
passou todo o tempo com ela confortando-a.
Depois disso, Bibiana ficou muito ferida e sua amargura
crescia diante da felicidade de Aimeé. Antes de esta conhecer Francis,
as duas eram inseparáveis, agora não via nem a sombra da amiga.
Numa manhã fresca, Bibiana levantou-se à procura da mãe.
Pensou: “Não tenho minha amiga, mas ainda tenho minha mãe.”
—Mãe? - chamou Bibiana entrando na cozinha. Mas para sua
frustração se deparou com a governanta.
—Bom dia Bibi! - disse a velha senhora-Sua mãe saiu cedo, foi
comprar tecidos novos no porto.
—No porto? Mas fica a três dias de viagem? – protestou Bibiana
indignada.
—Sim querida, ela deixou um beijo e disse que volta em três dias.
Bibiana sentiu seu peito gritar de revolta. Sua mãe havia
saído e nem sequer falado com ela. Virou as costas para a governanta
e subiu para seu quarto. Chorou e lamentou-se sozinha um bom
tempo. Os sentimentos se misturavam dentro dela: ressentimento,
amargura, revolta e raiva.
“Porque ela pode ter tudo e eu não?” Pensava ela em relação
à Aimeé. “Ela não pode rejeitar minha amizade assim?”
Bibiana, decidida a pôr um fim nessa situação foi em direção
a casa de Aimeé. Bateu à porta e para sua frustração Aimeé não
estava.
—Ah Bibi! Ela saiu cedo novamente. – Disse Brígida com um ar
preocupado – Você quer entrar querida?
—Posso tia? É que Aimeé pegou uns livros meus emprestados e estou
precisando deles. – mentiu Bibiana.
—Claro querida. Já sabe onde é o quarto dela.
—Obrigada tia.
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