Page 60 - Portifólio Final - Caso 5
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A característica essencial do transtorno depressivo persistente (distimia) é um
humor depressivo que ocorre quase todos os dias, por pelo menos dois anos. Esse
transtorno representa uma consolidação do transtorno depressivo maior crônico e do
transtorno distímico definidos no DSM-V. Os indivíduos com transtorno depressivo
persistente descrevem seu humor como triste. Durante os períodos de humor
deprimido, esses sintomas tornaram-se uma parte tão intrínseca na vida cotidiana do
indivíduo que o paciente chega a dizer que “sempre foi desse jeito” (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).
A comorbidade dos indivíduos com transtorno depressivo persistente aumenta
o risco para outras doenças psiquiátrica em geral e para transtornos de ansiedade e
transtornos por uso de substâncias em particular.
Para Castillo et al. (2000), sintomas ansiosos - e não os transtornos - são
frequentes em outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que é explicada
pelos sintomas do transtorno primário (exemplos: a ansiedade do início de um surto
psíquico; o medo da separação dos pais numa criança com depressão maior) e não
constitui um conjunto de sintomas que determina um transtorno ansioso típico.
As manifestações da fadiga podem então ser explicadas por três motivos,
sendo elas pelas manifestações da própria condição crônica após anos sem
tratamento (SPANEMBERG; JURUENA, 2004), ou pela manifestação dos sintomas
ansiosos (CASTILLO et al, 2000), ou por um episódio de depressão maior (WU et al.,
2013). Entendendo a paciente, e avaliando o seu contexto, se torna mais provável a
manifestação da fadiga pela condição crônica que a mesma está acometida.
Em relação aos medicamentos em comparação informações obtidas no
percurso do caso de Sra. Maria, o clorpromazina é indicado para a manifestação de
ansiedade, agitação e também é indicado nos casos em que haja necessidade de
uma ação sedativa. O haloperidol já serve para a agitação psicomotora e tiques e
cloridrato de prometazina possui função sedativa, com base dos dados obtidos da
União Química Farmacêutica Nacional S.A. Além disso, a utilização do haloperidol e
prometazina e o clorpromazina é contraindicado para mulheres gravidas deve ser feita
somente sob orientação médica. Nesse sentido, pode-se supor a ocorrência de dois
abortos relatados pela paciente por conta dos medicamentos.