Page 56 - Portifólio Final - Caso 5
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capacidades de realização de afazeres (LOUWERENS, 2012). Muitas dúvidas se
estabeleceram sobre a manifestação e relação dos sintomas, além do seu estilo de
vida, seu trabalho, entre outros, nos tornando dependentes de informações da
anamnese.
Com detalhes obtidos na anamnese, uma grande reviravolta se fez presente,
fortalecendo hipóteses diagnósticas de fatores psicossomáticos. Com a anamnese,
conseguimos conhecer profundamente as queixas da paciente, e investigando sua
história, descobrimos fatos e eventos característicos que podem ter influenciado o
acometimento desta condição (MENDES, et al. 2014). Primeiramente descobrimos
sobre a relação das queixas apresentadas, tendo manifestação conjunta e
intermitente, referindo início a 4 anos, datas coincidentes à sua separação e à sua
mudança. Podemos assim entender a possibilidade de uma doença crônica, que a
acompanha por bastante tempo, e talvez uma influência destes fatores no
desencadeamento dos sintomas. Descobrimos a indefinição da manifestação dos
sintomas, sem padrões estabelecidos. A negação de outros fatores em conjunto com
o relato de distúrbio de sono, debilitação na concentração, a pré-síncope e a perda de
peso significante relacionada a indisposição nos deu detalhes suficientes para
suspeitar com confiança de transtornos mentais e de humor (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Além disso, a paciente referiu sempre ter sido
uma pessoa triste, com dificuldades de manter relacionamentos, falta de vida social
fora do âmbito onde mora e histórico de consultas com psicólogos/psiquiatra. A perda
dos pais na infância, a perda do primo mais recentemente e a dificuldade de manter
relacionamentos foram fortes indícios para suspeitarmos de um sofrimento psíquico
manifestando depressão (MENDES, et al. 2014). A paciente relatou também 4
internações pelo mesmo motivo, e uso de 3 medicamentos, clorpromazina, haloperidol
e deprometazina.
Ao exame físico, tínhamos hipóteses diagnósticas muito fortes, assim, fizemos
uso desta etapa para exclusão de fatores fisiológicos e investigação mais detalhada
sobre qual tipo de transtorno depressivo Sra. Maria porta. Utilizamos de avaliações
físicas e psíquicas (PORTO, 2017). À ausência de anomalias físicas e a aparência
denotando tristeza e abatimento, mais uma vez, fortaleceu nossas hipóteses,
principalmente a de transtorno depressivo. A presença de agitação psicomotora nos
intrigou, gerando discussões sobre a origem desta característica.