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30 Março, 2018
18 Centrais Gazeta das Caldas

Secretário de Estado da Defesa diz que 16 de Març

constar dos programas escolares

Cinco anos depois de anunciado, foi inaugurado no passado sábado o monumento evocativo do 16 de Março, em frente ao quartel,
numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello. O governante diz que esta data “deveria
fazer parte dos programas escolares”. A escultura de José de Santa Bárbara custou 80 mil euros e agradou aos militares do 16 de
Março, presentes na inauguração.
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próximas comemorações do 16 de Março, sem contudo, adiantar uma data.

Texto e Fotos: Natacha Narciso dense “queria homenagear os militares do 16 de
nnarciso@gazetacaldas.com Março com um monumento condigno que fosse
evocativo e perdurasse no tempo”.
“O 16 de Março, conhecido como o Para Tinta Ferreira, foi sobretudo importante a pre-
Golpe das Caldas, tem ficado secun- sença do secretário de Estado da Defesa pois, na sua
darizado na história da nossa de- opinião, o Estado português “nem sempre reconhe-
mocracia”. Palavras do secretário de ceu estes militares e este movimento”. Acrescentou
Estado da Defesa Nacional, Marcos que, até agora, as iniciativas para assinalar e recordar
Perestrello, que no seu discurso va- o 16 de Março, “têm sido feitas apenas a nível local”.
lorizou este facto histórico pois “foi Por isso, a vinda do governante significa “o reconhe-
um marco e um passo importante cimento do Estado” e lamenta que muitos dos que
para o momento decisivo que foi a participaram no movimento há 44 anos, “já tenham
Revolução”. falecido”. Tinta Ferreira comprometeu-se a conti-
O governante considera que a divul- nuar a valorizar o 16 de Março “e a fazê-lo chegar
gação sobre o que aconteceu no 16 aos mais jovens”.
de Março “não pode ser deixado em A escultura custou 80 mil euros e já era algo deseja-
exclusivo a cargo das autoridades do há muito tendo sido inclusivamente referido em
local, sendo uma tarefa que tem finais dos anos 70, durante uma visita de Ramalho
que ser partilhada para todos”. E Eanes às Caldas da Rainha. “Desde então a Câmara
acrescentou: “era interessante que procurou que o Estado tivesse uma colaboração na
o 16 de Março fizesse parte dos pro- edificação deste monumento”, disse o edil calden-
gramas escolares dada importân- se, satisfeito por a obra ter sido concretizada num
cia que teve para o sucesso do 25 dos seus mandatos, reconhecendo o trabalho dos
de Abril”. seus antecessores, que mantiveram viva a chama
Na sua opinião, os militares do 16 de do 16 de Março.
Março demonstraram “a coragem “Acho que é um orgulho para os caldenses que as-
de correr riscos gravíssimos que sim cumprem o seu dever de homenagear os seus
poderiam acabar em prisão, como heróis e foi igualmente importante o Estado ter-se
aconteceu em muitos casos”. Essa associado à iniciativa”, disse Tinta Ferreira no final
demonstração revelou que os milita- da inauguração, referindo-se à vinda do governante.
res se encontravam em sintonia com O presidente considera o monumento de Santa
o povo português tendo em conta a Bárbara “fantástico” e reconheceu que existia a
adesão popular que se registou dias intenção de o instalar em frente ao quartel. A esco-
depois ao Movimento dos Capitães. lha não foi possível pois “ficaria muito mais cara
Marcos Perestrello elogiou também dada a necessidade de infraestruturas”. O edil crê
a obra de Santa Bárbara “por ter que o promotor do projecto, o ex-deputado municipal
expressado tão bem e com gran- Mário Pacheco, “agiu de boa fé com boa intenção,
de simplicidade o que significava a mas nós temos que ter alguma parcimónia com os
tristeza do antigo regime e a alegria dinheiros públicos, além de que queríamos inau-
da Liberdade”. gurar este ano”. Lamenta pois o tempo que “fiz
perder ao promotor e ao seu gabinete”, mas jus-
UM MONUMENTO À CORAGEM tificou a escolha por um terreno da Câmara por ser
uma solução menos dispendiosa e que também se
No momento da inauguração, o pre- encontra à frente do quartel.
sidente da Câmara, Tinta Ferreira, dis- Questionado sobre o Centro de Interpretação 16 de
se que “este é seguramente um dos Março, Tinta Ferreira diz que este será desenvolvi-
marcos mais importantes do meu do nos próximos anos. “Não será um edifício, mas
exercício autárquico”. O autarca dis- algo que ajudará a interpretar o 16 de Março, numa
se que sentia que a população cal- relação entre o monumento e o quartel”, disse o
Os autarcas caldenses com o secretário de Estado da Defesa e os militares do 16 de Março

O público que assistiu à inauguração do monumento evocativo No convívio que se seguiu à inauguração foi feito um brinde aos militares e ao 16 de Março