Page 131 - Fortaleza Digital
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- O anel não está mais comigo - disse ela, se desculpando.
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CAPÍTULO 33
Em seu escritório, Tokugen Numataka andava de um lado para o outro, como um
animal enjaulado. Ainda não tinha recebido notícias de seu contato, North
Dakota. Malditos americanos! Não têm a menor noção de pontualidade!
Ele mesmo teria ligado de volta para North Dakota, mas não sabia seu número.
Numataka odiava fazer negócios dessa forma, quando outra pessoa estava no
controle.
Desde o início Numataka tinha suspeitado de que as chamadas de North Dakota
podiam ser falsas. Talvez fosse um competidor japonês se divertindo com ele,
fazendo-o de tolo. Estava novamente pensando nisso. Numataka concluiu que
precisava de mais informações. Saiu apressadamente de seu escritório e entrou
no primeiro corredor à
esquerda. Seus funcionários se curvavam em sinal de reverência quando
passava. Numataka tinha plena consciência de que não faziam isso porque
gostavam dele: a reverência era uma cortesia meramente formal, e os
funcionários a fariam mesmo para o mais temível chefe. Numataka foi direto
para a principal mesa telefônica da empresa. Todas as chamadas eram
repassadas por uma única telefonista através de uma Corenco 2000, uma central
de 12 linhas. A operadora estava ocupada, mas levantou-se e fez uma mesura
assim que viu Numataka entrar.
- Sente-se - ordenou. - Recebi uma chamada às 4h45 em minha linha pessoal
hoje. Você pode me dizer qual a origem? - Numataka se arrependera por não ter
feito isso antes.
A telefonista respondeu, nervosa.
- Não temos um identificador de chamadas nesta máquina, senhor. Mas posso
falar com a companhia telefônica. Tenho certeza de que podem ajudar.
Numataka não tinha dúvida de que poderiam ajudar. Nesta era digital, a
privacidade havia se tornado uma coisa do passado - tudo estava registrado em
algum lugar. As companhias telefônicas podiam dizer exatamente quem havia
ligado e quanto tempo a chamada tinha durado.