Page 128 - Fortaleza Digital
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Becker sorriu internamente. Sua mentira havia surtido efeito. O pobre homem
estava branco e suava em profusão.
- O que... o que você quer? - balbuciou. - Não sei de nada. Becker começou do
início.
- O homem que foi assassinado usava um anel de ouro. Preciso do anel.
- N-não está comigo.
Becker suspirou, condescendente, e fez um gesto na direção do banheiro. - E
Rodo? Dewdrop?
O homem, que já estava branco, ficou azul.
- Você conhece Dewdrop? --Limpou o suor que escorria por sua testa, molhando
as mangas do roupão. Estava prestes a dizer algo quando a porta do banheiro se
abriu.
Os dois olharam na mesma direção.
Rodo Eva Granada estava de pé junto à porta. Uma visão e tanto. Seus cabelos
ruivos eram longos e lisos. A pele era lisa e bronzeada, os olhos castanhos e a
face longilínea. Também usava um roupão do hotel. A faixa estava
perfeitamente apertada, ressaltando seus belos quadris. A parte superior do
roupão se abria em um longo decote, revelando a pele 138
bronzeada e deixando entrever os seios. Saiu do banheiro inteiramente segura de
si.
- Posso ajudá-lo? - perguntou, num inglês imperfeito. Becker, do outro lado do
quarto, olhou para aquela mulher estonteante, mas sequer piscou. Apenas disse,
friamente:
- Preciso do anel.
- Quem é você? - ela perguntou.
Becker voltou a falar espanhol, com um sotaque perfeito da Andaluzia.
- Guardia Civil.
Ela riu.