Page 180 - Fortaleza Digital
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- Temos um eco aí? - Jabba riu.
Ela também riu do outro lado da linha.
- Bom, faz o seguinte. Me manda uma ordem de serviço. Na segundafeira passo
por lá para verificar a máquina. Até lá, sugiro que você vá
para casa. Hoje é sábado à noite! Arrume alguém para sair ou algo assim.
Ela suspirou.
- Estou tentando Jabba, juro que estou.
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CAPÍTULO 52
O Club Embrujo - "Feiticeiro" - ficava nos subúrbios da cidade, no final da linha
do ônibus 27. Parecia-se mais com uma fortificação do que com um clube
noturno. Era cercado por um muro alto de cimento no qual haviam sido
embutidos cacos de garrafas de cerveja. Era um sistema de segurança primitivo
que impedia qualquer um de entrar ilegalmente sem deixa; para trás um pedaço
da própria carne. Durante a viagem, Becker chegou à conclusão de que havia
falhado. Era hora de ligar para Strathmore e contar-lhe as más notícias. A busca
tinha sido em vão. Ele fez o melhor possível, mas estava na hora de voltar para
casa.
No entanto, ao olhar para a massa de adolescentes se empurrando para entrar no
clube, Becker não tinha mais tanta certeza de que sua consciência lhe permitiria
abandonar a busca. Estava olhando para o maior grupo de punks que já vira.
Havia cabelos vermelhos, brancos e azuis por toda parte.
Becker avaliou as opções possíveis. Olhando para todos aqueles jovens, pensou:
Onde mais ela poderia estar neste sábado à noite?
Amaldiçoando sua sorte, desceu do ônibus.
A entrada do Club Embrujo era por um corredor estreito de pedras. Assim que se
aproximou, foi sugado pelo fluxo de adolescentes se comprimindo para entrar.
- Sai da frente, babaca! - disse uma alfineteira humana, abrindo caminho com
uma cotovelada em Becker.
- Ei, bonita gravata. - Alguém deu um puxão na gravata de Becker.