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SUBSOLO DA CRIPTOGRAFIA
      SOMENTE PESSOAL AUTORIZADO
      Ele definitivamente não era parte do "pessoal autorizado”. Olhou rapidamente
      para o escritório de Strathmore. As cortinas continuavam fechadas. Chartrukian
      havia visto Susan Fletcher saindo na direção dos banheiros, então ela também não
      seria um problema. A única questão era Hale. O SegSis olhou na direção do
      Nodo 3 pensando se o criptógrafo estaria observando.
      Dane-se, pensou.
      Sob seus pés, no chão, as bordas de um alçapão de acesso eram quase invisíveis.
      Chartrukian pegou a chave que tinha retirado do laboratório de SegSis.
      Ajoelhou-se, inseriu a chave em um buraco no chão e girou-a. A fechadura
      embaixo dele abriu-se com um dique. Então girou a grande trava externa e
      desbloqueou o acesso. Olhando mais uma vez em volta, nervosamente, agachou-
      se e puxou a tampa do alçapão. A porta era pequena, com cerca de um metro
      quadrado, mas pesada. Quando se abriu, o SegSis quase caiu para trás.
      Uma lufada de ar quente saiu lá de dentro. O ar tinha o odor peculiar do gás
      fréon. Pequenas nuvens de vapor saíam pela abertura, iluminadas pela luz
      vermelha de emergência dos andares inferiores. O zumbido distante dos
      geradores passou a ser um ruído audível. Chartrukian levantou-se e olhou para
      dentro da portinhola. Parecia mais um portal do inferno do que uma entrada de
      manutenção de um computador. Uma escada estreita conduzia até uma
      plataforma no subsolo. Abaixo desta havia outras escadas, mas tudo que ele podia
      ver era uma névoa vermelha turbilhonante.
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      Greg Hale estava de pé atrás do vidro espelhado do Nodo 3. Ficou observando
      enquanto Phil Chartrukian descia a escada em direção aos subníveis. De onde
      Hale estava olhando a cena, parecia que a cabeça do técnico havia sido cortada e
      deixada sobre o chão da Criptografia. Depois ela sumiu dentro da névoa
      avermelhada. Corajoso, esse rapaz, murmurou Hale. Sabia para onde
      Chartrukian estava indo. Um desligamento manual de emergência do
      TRANSLTR
      era uma ação lógica a tomar se ele acreditava que havia um vírus. Infelizmente,
      também era uma forma de fazer com que a Criptografia se enchesse de técnicos
      de SegSis cerca de dez minutos depois. Qualquer ação de emergência iria
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