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O que quer que isto seja, não é viver


            Viver. Uma palavra aparentemente tão simples, mas com tanto significado. A verdade é que, desde
         março de 2020, a definição desta palavra parece estar a perder-se. Pelo menos, a minha definição.
         Quando falo em viver, não me refiro apenas à mera definição que consta no dicionário da língua portu-
         guesa: Viver  - verbo intransitivo; 1. Ter vida. = EXISTIR.

             Falo sim de experienciar. Conhecer, correr, rir, aproveitar. Tenho saudades de caminhar na rua sem
         preocupações, das noites de verão intermináveis, de ir ao cinema e rir até me doer a barriga, ou chorar
         até não ter mais lágrimas. Tenho saudades das carícias, dos beijos e dos abraços daqueles que mais
         amamos. Até de coisas tão simples, como sorrir a estranhos na rua, tenho saudades. Se o fizer agora,
         vou apenas receber um olhar confuso, como se me perguntassem por que semicerro os olhos sem razão
         aparente, uma vez que a minha boca se encontra encoberta por um pedaço de algodão azul.

             Ao olhar pela janela, surge-me muitas vezes a mesma pergunta: Quando é que podemos voltar ao
         “normal”, se é que isso ainda existe? Tenho medo. Medo de nunca superarmos isto, medo de ligar a tele-
         visão e assistir ao noticiário, pois todas as notícias giram em torno de morte. Eu bem tento ser positiva,
         ter esperança. Mas é difícil quando passo doze horas do meu dia em frente ao ecrã de um computador,
         cerrada entre quatro paredes.

             Não sei descrever aquilo por que estamos a passar. Não sei. Mas há algo que sei: O que quer que isto
         seja, não é viver.

                                                                             Maria Inês Pedaço, n.º 13; 11.º LH2



                                               Música como Vida


                 Para exprimir os meus sentimentos e certos acontecimentos que passei e ainda passo durante
          este segundo confinamento, decidi escolher uma música da cantora Miley Cyrus chamada Angels Like
          You. Esta foi uma escolha difícil, visto que existem milhares de músicas e é um tema que eu amo e res-
          peito muito, e até foi surpreendente, pois não costumo ouvir muito esta música, mas aprecio bastante a
          sua mensagem e letra. A cantora escreveu-a para o seu antigo amor, a pedir desculpa por diversas coi-
          sas e ações, expondo os seus sentimentos perante o relacionamento.

                 Acho que esta quarentena custou mais do que a primeira no sentido de não ter nada para fazer.
          Por outro lado, fiquei contente com o facto de termos aulas online e de ficar em casa, acabando por me
          isolar um pouco dos meus amigos e até dos meus familiares. Certas coisas também aconteceram, a ní-
          vel familiar e pessoal, que desejava que não tivessem acontecido, mas tudo tem uma razão de ser na
          minha opinião.
                      Quando interpreto esta letra, penso nela como se fosse uma conversa que tenho para mim mes-
          ma, pedindo desculpa a mim mesma por diversos sentimentos e pensamentos que tenho que acabam

          por interferir com as minhas ações e, por consequência, com a minha vida.



          Link do áudio da música: https://www.youtube.com/watch?v=19IG7ZfaxZ8

                                                                                    Teresa Silva, n.º 26, 11.º LH2





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