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Educação
3. ACOLHIMENTO SOCIOEMOCIONAL
A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um
gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm:
requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais
devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais
devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo,
suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a
delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender
a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência
e dar-se tempo e espaço. (LARROSA, 2016, p. 25 apud ZUIM et. al., 2020, p. 51).
Frente à realidade enfrentada da pandemia de COVID-19, faz-se necessária a
reflexão sobre a volta às aulas, presenciais ou não. De fato, não é a volta ao que era
anteriormente, trata-se, na verdade, de uma nova realidade a ser enfrentada, por isso o
acolhimento socioemocional é fundamental.
A escola terá que olhar mais atentamente para os profissionais, as famílias e
os estudantes, os quais, devido à pandemia, podem ter vivenciado situações complexas,
tais como: medo de infecção, escassez de recursos financeiros, falta de informações
adequadas, ambiente tóxico permeado pelas violências, entre tantas outras. Tais situações
podem gerar traumas e transtornos, ocasionando o aumento da ansiedade, da dificuldade
de concentração, insônia, depressão e suicídio, aumento de conflitos entre os pares e
comportamentos agressivos.
Quando se fala em acolhimento, faz-se necessário entender o que ele é. Zini
(2013, p. 21) esclarece que:
O vocábulo de acolhimento é de origem latina accolligere, e comporta vários
significados, como citados por Houaiss (2009): dar acolhida ou agasalho a,
hospedar, receber; atender, receber; admitir, aceitar, receber; dar crédito a, dar
ouvidos a; tomar em consideração, atender a.
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