Page 2 - HOLOCAUSTO
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com a denominação de "cristãos novos", que aos olhos da comunidade e do Tribunal
eram “potencialmente perigosos depois de batizados, ao retornarem suas antigas
crenças e assim tornarem-se hereges, justificando as perseguições capazes de sustentar
através do confisco de seus bens, a existência do Tribunal”.
A POLÉ
Os destinados à "polé" eram submetidos a
torturas inenarráveis. Suplício tão bárbaro, que
se evitava aplicá-lo em véspera dos “autos”,
para que a vítima não demonstrasse sinais de
maus tratos. "Sentado em um banco, o paciente
tinha ligado as pernas e as mãos para trás,
cingiam-lhe os pulsos com uma correia, a
segunda correia já nos braços aumentavam a
tração. Por uma dessas correias se prendia o
condenado ao calabre, com um gancho na
ponta que passava em uma roldana presa no
teto. Ao mando dos juizes, sempre três
presentes a operação, levantavam o mísero até
a meia altura, soltando aos poucos o corpo aos
solavancos, quando a sentença era "trato
corrido", ou de uma só vez, pelo peso, se tratando de "trato esperto", deixando em um
ou outro caso, a criatura aflita em suspensão no ar". O tempo de duração poucas vezes
excedia "quarto e meio quarto de hora", ou ele capitulava confessando, ou os juízes
desistiam.
O POTRO
Outro instrumento de tortura era o "potro". Sobre um leito de madeira
"estendia-se o sacrificado, mantendo a cabeça mais abaixo do corpo, preso com um
colar de ferro. Às pernas e braços atava-se com uma ou duas voltas de corda abaixo do
cotovelo e joelhos. As pontas metiam-se em argolas aos lados do "potro", pelas quais
passava um arrocho. Meia volta correspondia ao trato menos duro. As cordas gemiam,
e arquejavam os verdugos no esforço de tração. Do peito da vítima explodiam brados
de súplica, ou, nos casos heroicos, de calado sofrimento. Um estertor de agonia o
convulsionava".
MASMORRAS
As masmorras eram lugares
horripilantes, indignas da criatura
humana. Lúcio d´Azevedo descreve
essas cadeias lúgubres, onde passaram
milhares de pessoas, sacrificadas nome
do Cristianismo.
"Os cárceres do Santo Ofício mediam
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