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dezessete anos. Fruto de um conhecimento adquirido pela paciente e constate
observação dos céus sobre os Andes e sobre a savana africana, durante
milênios e que tinha uma aplicação prática para suas vidas muito real e
importante porque o fenômeno cósmico provocava em terras nativas, andinas
e africanas, enchentes monumentais.
As águas em terras africanas nunca foram descritas a Cesar, mas as
inundações em toda a enorme extensão do altiplano andino em que se erguia
o Calla Hoayra lhe foram detalhadas.
Ali o deserto se transformava.
Aparecia o lindo lago sazonal que fertilizava as terras e todo aquele pedaço do
mundo andino se movia e borbulhava, a vida se refazia como uma criança no
ventre líquido da mãe. Aquela parte da cordilheira se cobria, durante meses
com enormes mantos líquidos para se integrar e permitir a comunicação
navegável de um ponto ao outro do enorme planalto, através dos lagos
transformados em mares e multiplicados nos leitos dos rios que se
encontravam para misturarem suas águas. Inclusive pelos interiores das
montanhas que ficavam com suas cavernas inundadas.
A enorme extensão aberta permanecia alagada por meses e era fertilizada para
os anos que se seguiam serem de abundância, com a terra produzindo fartura
de alimento e possibilitando o nascer e renascer das espécies animais e
vegetais.
Fenômenos eletrizantes, o cósmico e sua consequência terrena, que um dia
seriam comprovados por Jacques Lan e seu amigo, o jovem astrônomo,
Hakan Centeño, exatamente como relatado por Cesar segundo a narrativa do
velho guia nativo. Comprovando a sabedoria dos antigos que descreviam os
fatos, dominavam seus cálculos, suas circunstâncias, suas particularidades e
seus efeitos e passaram tal conhecimento de geração em geração por milhares
de anos.