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Voltaram, em sua imaginação, milhares de anos no tempo para uma época em
                      que  as  tribos  Java  Ayran  observavam  as  Plêiades  e  em  especial  a  estrela
                      Sirius. Tal como as tribos antigas dos seus irmãos africanos, os Dogons, com
                      quem os Java Ayran mantinham semelhanças em conhecimentos, em crenças
                      e em costumes, o que por si só se constituía num intrigante mistério, pois não
                      havia  como  explicar tais  similaridades  e  até  identidades  exatas  entre  dois
                      povos separados desde sempre por um oceano.


                      Ambos  detinham  um  saber  inacreditável,  mágico,  uma  crença  profunda
                      referente  a  fenômenos  cósmicos  envolvendo  as  estrelas.  Achados
                      arqueológicos  com  a  incrível  datação  de  doze  mil  anos  comprovam  que  o
                      calendário  de  plantios,  caça,  pesca,  colheitas  e  as  mudanças  entre  os
                      acampamentos  de  verão  e  de  inverno  dos  Java  Ayran,  assim  como  dos
                      Dogons, seguiam os movimentos das plêiades, mas algumas inscrições faziam
                      referência a outro  evento de enorme importância nas vidas das duas nações
                      indígenas.

                      As inscrições revelaram que as tribos faziam observações muito cuidadosas
                      sobre Sirius e a maneira como ela aparece no céu. Acreditavam que Sirius, ao
                      invés  de  uma  simples  estrela  se  constitui  num  sistema  estelar  em  que  a
                      brilhante,  Sirius  A,  é  orbitada  por  sua  pálida  e  invisível  irmã,  uma  anã
                      branca, Sirius B, cuja órbita leva cinquenta anos e que Sirius B movimenta-
                      se no céu seguida, praticamente atrelada, a uma terceira estrela, uma anã
                      marrom  ainda  mais  obscura,  Sirius  C,  chamada  por  isso,  a  escura.  E  tais
                      observações são reconhecidas exatamente e em minúcias pelos dois povos e
                      ignoradas pela maior parte da comunidade científica formal.

                      Mas as revelações ficam incrivelmente mais interessantes quando descrevem
                      especificamente o momento conhecido como nascimento helíaco da estrela,
                      quando Sirius surge minutos antes do nascer do sol e após um período de
                      setenta dias em que esteve invisível nos céus, eclipsada, ofuscada, pelos raios
                      e pela luminosidade solar.
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