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montanha, que aos poucos se formou uma ondulação na energia, no ar,
formando uma egrégora muito peculiar e quase mágica que induziu às mentes
à quietude do seu tagarelar infalível até o total e pacífico silenciar.
E assim, essa meditação em sua forma perfeita, absorveu e ilustrou a historia
sobre o grande e esplêndido lago sazonal que se formava naquele lugar sob
condições muito raras, marcadas por uma conjunção astronômica
extraordinária.
Eles estavam em plena puna do Atacama, nos Andes centrais, muito distantes
e ao sul do lago Titicaca.
Ali, naquele lugar, e apesar da distância, originário da mesma fonte do famoso
lago, se formava de tempos em tempos e apenas por alguns meses, um espelho
d’água muito límpido, se estendendo aos pés do vulcão Calla Hoayra,
inundando uma área aproximada de dez quilômetros quadrados, refletindo os
picos da montanha considerada pelos habitantes daquela região, a mais
sagrada.
Mas esse fenômeno das águas que inundavam toda a região não se restringia
apenas ao aparecimento do lago, era muito mais vasto, mais importante e
definitivo e era sobre esse acontecimento que o velho índio instruía Cesar,
embora ainda não fosse o tempo para o mágico acontecimento e sua
observação.
O Calla Hoayra (Montanha do Vento), um vulcão extinto, com seus seis mil,
duzentos e setenta metros de altura, uma infinidade de platôs, cavernas,
trilhas e neves eternas era o centro do fenômeno do lago que existe durante
apenas alguns meses e que acontece em intervalos de cento e dezessete anos.
Sempre no início da primavera, permanecendo até meados do outono do ano
vindouro e marcando um tempo cultuado pelos nativos como do renascer da
vida.