Page 313 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
P. 313

montanha,  que  aos  poucos  se  formou  uma  ondulação  na  energia,  no  ar,
                      formando uma egrégora muito peculiar e quase mágica que induziu às mentes
                      à quietude do seu tagarelar infalível até o total e pacífico silenciar.


                      E assim, essa meditação em sua forma perfeita, absorveu e ilustrou a historia
                      sobre o grande e esplêndido lago sazonal que se formava naquele lugar sob
                      condições  muito  raras,  marcadas  por  uma  conjunção  astronômica
                      extraordinária.

                      Eles estavam em plena puna do Atacama, nos Andes centrais, muito distantes
                      e ao sul do lago Titicaca.

                      Ali, naquele lugar, e apesar da distância, originário da mesma fonte do famoso
                      lago, se formava de tempos em tempos e apenas por alguns meses, um espelho
                      d’água  muito  límpido,  se  estendendo  aos  pés  do  vulcão  Calla  Hoayra,
                      inundando uma área aproximada de dez quilômetros quadrados, refletindo os
                      picos  da  montanha  considerada  pelos  habitantes  daquela  região,  a  mais
                      sagrada.

                      Mas esse fenômeno das águas que inundavam toda a região não se restringia

                      apenas ao aparecimento do lago, era muito mais vasto, mais importante e
                      definitivo e era sobre esse acontecimento que o velho índio instruía Cesar,
                      embora  ainda  não  fosse  o  tempo  para  o  mágico  acontecimento  e  sua

                      observação.

                      O Calla Hoayra (Montanha do Vento), um vulcão extinto, com seus seis mil,
                      duzentos  e  setenta  metros  de  altura,  uma  infinidade  de  platôs,  cavernas,
                      trilhas e neves eternas era o centro do fenômeno do lago que existe durante
                      apenas alguns meses e que acontece em intervalos de cento e dezessete anos.
                      Sempre no início da primavera, permanecendo até meados do outono do ano
                      vindouro e marcando um tempo cultuado pelos nativos como do renascer da
                      vida.
   308   309   310   311   312   313   314   315   316   317   318