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Sabia que cada trilha, cada caminho, cada conhecimento dos povos das
montanhas eram registrados nos objetos maravilhosos chamados Khipus e ao
lembrar isso Cesar soube que poderia voltar para o que quisesse.
Nada lhe seria impossível.
O Khipus era um objeto místico e mágico, contendo em suas tramas a
descrição dos segredos, dos caminhos, das riquezas, das localizações dos povos,
dos nomes de seus deuses e dos eventos mágicos que sustentavam suas vidas.
Tecido com o couro de animais e provido de nós, diferentes cores, pequenas
contas, sementes, pedaços de ossos, ramos de vegetação, tramas e barbantes
de diversos comprimentos, tal e qual os khipus comuns dos antigos. Na sua
maioria uma espécie de sistema contábil usado para a contagem e o controle
das coisas a eles pertencentes. Seus bens, animais, plantações e mesmo os
indivíduos nas tribos. Quantas crianças nasciam, quantos morriam.
Em suma, seus ganhos e perdas, suas riquezas. Mas também muitas vezes
usados para transmitir suas histórias e preservar seu conhecimento e seus
costumes.
Mas havia o Khipus com a descrição daquele evento extraordinário que
chamavam o “Nascer da Raposa de Prata”, fiel em sua concepção básica à
técnica para sua confecção e sua utilização prática idêntica a de qualquer
khipus, mas com a intenção mágica de descrever em detalhes o evento estelar
que reproduzia no solo do deserto e no interior do vulcão o milagre do
crescimento das águas.
Seria um Khipus das estrelas.
No khipus das estrelas estavam descritas cada uma das etapas do fenômeno
cósmico que provocaria o acontecimento de importância excepcional para
todo aquele pequeno canto do planeta e seus habitantes.