Page 388 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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verdade, completamente seguro do que devia fazer, do que era imprescindível
                      fazer.


                      Após, pouco mais de uma hora em que Jacques e Hakan, sob a escuridão da
                      noite, furtivos, escondidos, silenciosos como sombras, trazidos pelas águas,
                      entraram nas terras da comunidade Yana e chegaram ao prédio central sem
                      serem  vistos  pelas  sentinelas,  Victor  Gatopardo,  porque  se  apresentara
                      completamente só, era admitido e transpunha os enormes portões de ferro,
                      amparado tão somente por sua convicção do que precisava fazer e seu antigo
                      conhecimento com os líderes Yana e se aproximava da escadaria em frente à
                      porta principal do grande templo.

                      Cesar via, como num filme, as figuras de Victor Gatopardo e de Nuna Sapaki
                      misturadas uma à outra e ao mesmo tempo individualizadas em suas ações
                      resolutas.

                      Via  Nuna  Sapaki  frente  aos  guerreiros  Livres,  armados,  enfurecidos  e
                      momentaneamente  estupefatos  diante  da  revelação,  que  embora  já
                      suspeitada,  teve  o  poder de  freá-los, deixando-os  em  choque,  imobilizados
                      ante a necessidade da compreensão total do significado e das consequências
                      do que ouviam.  Enquanto, numa imagem paralela, via Victor Gatopardo
                      subir os degraus até a grande porta do templo central da comunidade Yana
                      para ser recebido pelos anciãos e negociar com eles sua rendição espontânea e
                      a libertação das pessoas mantidas ali, nos salões, nos palcos dos seus delírios,
                      nos  subterrâneos  antes  insuspeitos,  nas  sombras  das  suas  crenças  e  na
                      escuridão dos seus medos.


                      Lutavam contra o tempo das urgências que cada situação exigia.

                      Nuna Sapaki precisava vencer o rancor, o infinito desrespeito, a ira frente à
                      manipulação desleixada e vil, e apenas um instante separava sua desesperada
                      argumentação da explosão de ódio que chacoalharia o aparvalhamento que
                      imobilizava os alados Livres, liberando toda sua violência.
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