Page 395 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
P. 395
Capítulo 25 E subiram a trilha, cantando...
Cesar Astu Ninan decidiu seguir sua vida na pequena ilha Tziê, no mar Egeu,
distante cerca de sete quilômetros da costa. Descreveu-a, a todos que
perguntaram, como sendo uma ilha toda branca, com o brilho de uma pérola
perfeita incrustada no azul marinho.
Alugou uma pequena casa em uma das mais belas praias da ilha e a fez
modernizar com todas as comodidades e mobiliar com esmero. Mas, um
cuidado verdadeiramente especial, reservou para uma ampla sala que
transformou em biblioteca e sala de música, com portas-janelas que tinham
saída para o jardim e vista para o mar. Mudou-se para a ilha em companhia
de Rosário Centeño de quem já merecia uma amizade que beirava a devoção
e que Cesar fez questão de contratar como sua assistente para, com ajuda dela,
compor finalmente a música que se destinava salvar a vida em sua essência
mais pura, primordial e preciosa.
Essas decisões inesperadas, em especial a de retomar o trabalho com a música,
desconcertaram Isabeau ao ponto dela não saber o que dizer e esboçar a única
reação possível de apenas aceitar o que lhe comunicava o tio avô.
No entanto o convívio com Rosário, sobretudo naqueles primeiros meses
incrivelmente difíceis após a morte de Victor, fez Isabeau aprender a
reconhecê-la e apreciá-la como pessoa íntegra e amiga. E por isso sentiu algum
alívio sabendo que Cesar poderia contar com a presença e a ajuda dela. Sabia
que ela cultivava por Cesar uma espécie de veneração herdada aos ancestrais
e às crenças da sua tribo, mas também sabia que era uma jovem inteligente e
bastante equilibrada, capaz de avaliar bem a condição peculiar da mente de
Cesar. Rosário seria, pelos muitos anos seguintes, a fiel amiga e confidente
sobre quem Isabeau se apoiaria para, mesmo à distância, acompanhar os
rumos de Cesar.