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GRUPO FATECAMP DE ENSINO
enfermo com a vida. O capelão serve de ponte, intermediador nessa tarefa
reconciliadora.
Em tempo de enfermidade, que quase sempre é tempo de
crise, a pessoa precisa mais de Apoio do que de catequese. Isso
também é Boas Novas. Diz o Sl. 23v4 – "Mesmo se eu andar por um
vale de sombra e de morte, não receio mal algum, pois estás
comigo; teu bastão e teu cajado me dão segurança."
Estudos e pesquisas revelam que os capelães eficazes
são bem sucedidos principalmente por causa de sua empatia, calor
humano, sensibilidade e autenticidade.
O conceito de empatia é o que melhor caracteriza o perfil
de atuação do capelão. O serviço de capelania hospitalar
complementa o trabalho médico, que pode salvar vidas, mas não
pode dar razão de viver.
O SERVIÇO DE CAPELANIA HOSPITALAR
Com a ajuda de Deus, o capelão hospitalar propõe-se a
ser um companheiro de jugo dos pacientes do hospital.
A figura do jugo é muito apropriada para o serviço de
capelania. O jugo é uma madeira pesada e dura que se coloca sobre
a cabeça dos bois e se ata aos seus chifres. O jugo é amarrado à
outra madeira comprida e na extremidade se ajusta ao arado.
Quando os bois caminham, a sua força se centraliza no jugo. Essa
força, por sua vez, é transmitida ao arado. O arado é introduzido na
terra e vai abrindo sulcos, onde o lavrador vai colocando as
sementes. No futuro, estas germinarão e darão seus frutos. Também
o jugo da enfermidade, do luto, quando partilhado com alguém,
costuma dar frutos e trazer crescimento e amadurecimento.
O jugo não é levado por apenas um boi. Ele é colocado
sobre a cabeça dos bois de forma que possam compartilhar o peso e o esforço que
têm que fazer para levá-lo. Nem sempre podemos libertar o doente do seu jugo, mas
podemos ajudá-lo a carregá-lo. Mais que tudo, podemos ajudar o paciente a levar o
seu jugo com dignidade, para que também uma situação de sofrimento ou de
desespero possa produzir bons frutos.
O sofrimento é inevitável. Mas, é possível evitar
que as pessoas sofram sozinhas. O sofrimento provocado
pela enfermidade tem o seu próprio curso. Normalmente
ele é resultado de uma crise. Tal crise pode levar a um
caminho de morte ou a um caminho de Vida. As pessoas
têm a liberdade de escolher qual o caminho que irão tomar.
Precisamos levar o nosso apoio às pessoas enfermas, para
que possam fazer do seu sofrimento um caminho de vida.
O Serviço de Capelania Hospitalar atinge a
pessoa na sua globalidade bio-psico-socio-espiritual, como alguém que peregrina neste
mundo rumo à Casa do Pai. Como dizia a filha de uma paciente idosa que faleceu no
Hospital Evangélico: "Pastora, depois de tanta dor, mamãe voltou para casa."
Deus se revelou como o Deus Amor-Misericórdia, a ponto de enviar seu
Filho Único que, pela sua vida, morte e ressurreição, nos reconciliou com o Pai.
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33 A 2033: OS 2000 ANOS DA IGREJA NA TERRA