Page 26 - História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar
P. 26
- Secretário, lembre-me de que tenho de organizar uma batida contra
esses "devoradores de Madagáscar... Madagáscar...", enfim, já sabe ao
que me estou a referir - miou Colonello.
- Madagáscar - especificou Secretário.
- Continue, continue a tirar-me os miados da boca. Porca miséria! -
exclamou Colonello.
- A gente dá-te uma mãozinha, Sabetudo, mas agora estamos aqui
porque temos um grande problema e, como tu sabes tanto, talvez nos
possas ajudar - miou Zorbas. E então contou-lhe a triste história da
gaivota.
Sabetudo escutou com atenção. Fazia que sim com a cabeça e, quando
os nervosos movimentos do rabo expressavam com excessiva
eloquência os sentimentos que os miados de Zorbas nele despertavam,
tratava de o meter debaixo das patas traseiras.
-... e assim a deixei, muito mal, há um bocadinho... - concluiu Zorbas.
- Terrível história! Terrível! Vejamos, deixem-me pensar: gaivota...
petróleo... petróleo... gaivota... gaivota doente... É isso! Temos de
consultar a enciclopédia! - exclamou ele jubilosamente.
- A quê? - miaram os três gatos.
- A en-ci-clo-pé-di-a. O livro do saber. Temos de procurar nos
volumes sete e dezassete, correspondentes às letras "G" e "P" - indicou
Sabetudo com decisão.
- Ora vejamos essa emplicopé... emplicopé... ora bem! - propôs
Colonello.
- En-ci-clo-pé-di-a - disse Secretário lentamente entredentes.
- Era o que eu ia dizer. Verifico mais uma vez que não consegue
Página 26