Page 30 - História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar
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embrulliada! - avisou Colonello.
- Que vou eu fazer com o ovo? - perguntou Zorbas cada vez mais
aflito.
- Com um ovo podem fazer-se muitas coisas. Uma omeleta, por
exemplo - propôs Secretário.
- Ah, sim! Uma vista de olhos pela enciclopédia logo nos dirá como
preparar a melhor das omeletas. O tema aparece no tomo dezasseis, letra
O, - garantiu Sabetudo.
- Disso nem miar! O Zorbas prometeu a essa pobre gaivota que
cuidaria do ovo e da gaivotinha. Uma promessa de honra contraída por
um gato do porto obriga todos os gatos do porto, e por isso o ovo diz-
nos respeito - declarou solenemente Colonello.
- Mas eu não sei tratar de um ovo! Até agora nunca tive um ovo ao
meu cuidado! - miou Zorbas desesperado.
Então todos os gatos olharam para Sabetudo. Talvez na sua famosa en-
ci-clo-pé-di-a houvesse qualquer coisa a esse respeito.
- Tenho de consultar o volume dezasseis, letra O. De certeza que está
lá tudo o que temos de saber acerca do ovo, mas para já aconselho calor,
calor corporal, muito calor corporal - indicou Sabetudo num tom pedante
e didático.
- Ou seja, deitar-se junto do ovo, mas sem o partir - aconselhou
Secretário.
- Era exatamente o que eu ia sugerir. Zorbas, ficas junto do ovo e nós
vamos com o Sabetudo para vermos o que nos diz a sua empilopé...
encimopé..., enfim, já sabes ao que me refiro. Voltamos à noite com
novidades e damos sepultura a essa pobre gaivota - determinou
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