Page 28 - História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar
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dissertação de Sabetudo, que se alongou a falar de uma guerra do
petróleo que teve lugar nos anos setenta.
- Pelos picos do ouriço! Estamos na mesma! - miou Zorbas.
- É terrível! Terrível! Foi a primeira vez que a enciclopédia me
desiludiu - admitiu, desconsolado, Sabetudo.
- E nessa emplicopé... ecimolé... enfim, bem sabes o que eu quero, não
há conselhos práticos sobre a maneira de tirar as nódoas de petróleo? -
perguntou Colonello.
- Genial! Terrivelmente genial! Devíamos ter começado por aí! Já vos
trago o volume vinte, letra T, de tira-nódoas - anunciou Sabetudo com
euforia, ao mesmo tempo que trepava novamente para o móvel dos
livros.
- Está a ver? Se você evitasse esse odioso costume de me tirar os
miados da boca já saberíamos o que tínhamos de fazer - declarou
Colonello ao silencioso Secretário.
Na página dedicada à palavra tira-nódoas encontraram, além de como
tirar nódoas de marmelada, de tinta-da-china, de sangue e de xarope de
framboesas, a solução para eliminar manchas de petróleo.
- Limpa-se a superfície afetada com um pano humedecido em
benzina,. Cá temos a solução! - miou Sabetudo.
- Não temos nada. Onde diabo é que vamos buscar benzina? -
resmungou Zorbas com evidente mau humor.
- Pois, se bem estou recordado, na cave do restaurante temos um boião
com pincéis mergulhados em benzina. Secretário, já sabe o que tem a
fazer - miou Colonello.
- Desculpe, senhor, mas não estou a captar a sua ideia - desculpou-se
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