Page 47 - História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar
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que se me encarrapitou no lombo e era tão pesada que não pude com ela.


                Pelas barbas da baleia! E hei de miar-te sobre os piolhos da ilha Cacatua,

                que precisam de chupar o sangue de sete homens para ficar satisfeitos à


                hora do aperitivo. Pelas barbatanas do tubarão! Levanta ferro, macaco,

                e não me cortes a brisa! - ordenou Barlavento, e continuou a andar sem

                esperar pela resposta do chimpanzé.


                  Ao  chegar  à  sala  dos  livros,  cumprimentou  da  porta  os  gatos  ali

                reunidos.


                  - Moin! - apresentou-se Barlavento, que gostava de miar bom dia, no

                rijo e ao mesmo tempo doce dialeto de Hamburgo.


                  - Até que enfim que chegas, capitano, nem sabes quanto precisamos de

                ti! - cumprimentou Colonello.


                  Contaram-lhe rapidamente a história da gaivota e das promessas de

                Zorbas, promessas que, repetiram, os comprometiam a todos.


                  Barlavento ouviu com movimentos contristados da cabeça.

                  - Pela  tinta  da  lula!  Acontecem  no  mar  coisas  terríveis.  Às  vezes

                pergunto a mim mesmo se alguns humanos enlouqueceram, ao tentarem


                fazer do oceano uma enorme lixeira. Acabo de dragar a foz do Elba e

                nem podem imaginar a quantidade de imundície que as marés arrastam.


                Pela  carapaça  da  tartaruga!  Tirámos  barris  de  inseticida,  pneus  e

                toneladas das malditas garrafas de plástico que os humanos deixam nas


                praias - declarou Barlavento, enojado.

                  -  Terrível! Terrível! Se as coisas continuarem assim, dentro de muito

                pouco tempo a palavra contaminação ocupará todo o volume três, letra


                C,, da enciclopédia - declarou Sabetudo escandalizado.


                  -  E que posso eu fazer por esse pobre pássaro? - perguntou Barlavento.





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