Page 112 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Seis anos atrás.

                  – Você tem que fazer as pessoas te respeitarem, Tony.
                  Rigoletto  senta  à  mesa  na  sala  particular  nos  fundos  de  seu  restaurante

                favorito,  bebericando  seu  drinque.  Está  passando  sua  sabedoria  para  o
                sobrinho  e  segundo  na  linha  de  comando,  Tony  Piccolo.  Tony  já  está  na

                casa  dos  quarenta  anos  e  é  o  favorito  para  assumir  os  negócios  caso
                Rigoletto  decida  se  aposentar  –  algo  que  Larks  não  acha  que  um  dia  irá

                acontecer. O velho encabeçará o negócio até o dia em que morrer.
                  Tony  Piccolo  acha  que  ele  é  da  velha  guarda,  que  seu  nome  deve  ser

                mencionado na mesma linha que Al Capone ou Lucky Luciano. Larks acha
                que ele é uma piada, e ele sabe que Fisk pensa a mesma coisa. O cara ama
                aquele programa sobre a máfia que passa na TV a Cabo, sempre fala sobre

                o  quanto  ele  é  verdadeiro,  como  é  difícil  equilibrar  a  família  –  a  família
                com F maiúsculo. Família. Ele também gosta de pensar que se parece com

                o  ator  principal.  Ele  começou  a  ganhar  peso,  e  uma  vez  Larks  o  pegou
                praticando sua encarada no espelho do banheiro do bar do Lou. Tentando

                fazer aquele olhar preguiçoso que o ator tem.
                  Larks não disse nada quando entrou e o viu fazendo isso. Apenas seguiu

                para o urinol e fez o que tinha de fazer.
                  Mais tarde contou para Fisk. Ele riu até quase se engasgar com o vinho.
                Sentiu-se bem aquela noite. Ele gosta de fazer Fisk rir.

                  Larks ouve Rigoletto falar sobre respeito. Fisk estava sentado na frente de
                Piccolo, assentindo ocasionalmente quando Rigoletto se voltava para ele e

                dizia:
                  – Estou certo, Fisk?

                  Larks sabe que Fisk não acha que Rigoletto esteja certo. Rigoletto é da
                velha guarda. Antiquado. De uma era passada que – na opinião de Larks –

                nunca existiu fora dos sonhos de Rigoletto. Uma era em que a máfia tinha
                honra,  ajudava  as  velhinhas  a  atravessar  a  rua,  protegia  a  vizinhança  dos
                criminosos verdadeiros.
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