Page 115 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– Você escolheu um homem que não é confiável – diz Fisk. – Parecia
prestes a machucar Rigoletto. – Fisk se vira e se dirige a Larks.
– Estou certo, não estou?
Larks assente.
– Foi o que me pareceu.
– Não iria! Estava apenas assustando ele, só isso!
– Estava para puxar o gatilho – afirma Larks.
– Ele era policial! – diz Boyd, bruscamente. Olha nervoso ao redor, e
então se aproxima mais. – Ele tinha família! O que devo dizer a eles agora?
– Nada – responde Fisk. – A polícia vai investigar um tiroteio entre
gangues. Será descoberto que um membro corrupto da polícia de Nova York
estava envolvido na disputa. Isso vai encerrar qualquer questão
subsequente. E você não vai dizer nada.
– Mas… a esposa dele… ela vai perder a pensão.
Fisk encara Boyd por alguns momentos antes de sorrir.
– Você está brincando, né? Não está falando sério que se importa com
isso, né?
Boyd desvia o olhar.
– Quer dizer, se você se importa, então, por favor… sinta-se livre para
mandar a ela seu pagamento pelo trabalho de hoje. Melhor ainda, mande a
ela uma porcentagem do dinheiro que eu te pago todos os meses. Não? Seu
ultraje moral não chega tão longe?
Boyd não diz nada.
– Achei que não. Vá embora, Detetive, você está assustando os patos.
Boyd se vira e se afasta pelo meio do parque, as mãos enfiadas nos bolsos,
o vento esbofeteando seu cabelo.
– Não gosto dele – diz Larks. – Ele não te respeita.
Um lento sorriso se forma no rosto de Fisk.
– Não estou nem aí. Uma das muitas coisas que discordo de Rigoletto é a
história do medo versus respeito. Medo mantém as pessoas no controle.
Respeito… não.
– E quanto a Rigoletto? E os tenentes dele? Eles temem você?
Fisk olha fixamente para os patos antes de responder.