Page 113 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Não. Nunca aconteceu desse jeito. A máfia de antes era a mesma de agora.

                Ou Rigoletto está ficando senil, ou simplesmente não queria admitir isso. A
                questão  era  sempre  o  poder.  Cometer  crimes  para  ganhar  dinheiro  para
                ganhar poder. Uma equação simples.

                  No fim, tudo se resume a isso. Poder. E não apenas crime – tudo. Amor.
                Vida. Casamento. Empregos. Divórcio. Tudo isso se resume às dinâmicas

                de  mudança  de  poder:  quem  tem  mais,  e  como  vai  fazer  para  conseguir
                mais.

                  Ouve-se  uma  batida  educada  na  porta.  Larks,  o  membro  mais  novo
                presente, levanta-se e a entreabre.

                  Ele  não  está  esperando  o  empurrão  súbito  do  outro  lado,  a  porta
                explodindo para dentro, batendo em seu nariz.
                  Cambaleia para trás, luzes brancas lampejando no fundo dos olhos, o nariz

                vertendo sangue.
                  O  caos  ao  seu  redor.  Enquanto  ele  se  encosta  em  uma  parede,  vê  um

                atirador  mascarado  entrar  na  sala,  apontando  um  revólver  de  cano  curto
                para  Piccolo.  Ele  observa  o  atirador  lentamente  apertar  o  gatilho,  vê  a

                câmara rodando.
                  Uma  explosão  de  barulho.  Um  lampejo  laranja.  Faíscas  irrompendo  do

                cano. A bala atinge Piccolo no peito. Ele faz uma careta e dá um tapa na
                ferida  como  se  fosse  uma  picada  de  mosquito.  O  mascarado  continua
                atirando. A força lança Piccolo de volta à sua cadeira, que desaba conforme

                as balas atingem a perna, o braço, o estômago, a bunda de Piccolo.
                  Ele cai no chão.

                  Mal se passaram três segundos. Outro atirador corre para dentro. Sua arma
                aponta para Fisk conforme o primeiro vira a arma para Rigoletto. Larks se

                firma contra a parede, puxa sua faca, e a atira.
                  Ela  atinge  o  primeiro  atirador  no  pescoço.  Ele  cambaleia  e  sua  arma

                dispara, errando Rigoletto por pouco. Fisk saca sua arma. Atira no peito do
                mesmo atirador cinco vezes, o ruído explosivo ensurdecendo todos na sala
                minúscula. O segundo atirador se vira e foge.

                  Fisk está de pé, parado na frente de Rigoletto em uma posição protetora.
                Pronto para outro ataque.
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