Page 119 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Tudo que sabe é que não consegue tirar Elektra da cabeça. Durante toda a

                noite passada e hoje só consegue pensar nela. Ele sabe que Foggy está certo
                –  ela  é  encrenca.  Mas  tem  algo  nela  que  o  atrai.  A  mulher  é  um  ímã,
                puxando-o para ela.

                  Ele sequer tem certeza sobre como se sente a respeito dela. Está bravo?
                Irritado?  Achando  divertido?  Ele  acha  que  é  uma  combinação  –  é

                provavelmente por isso que não consegue parar de pensar nela. Nunca se
                sentiu assim antes, a respeito de ninguém.

                  Só sabe de uma coisa: quer ensinar uma lição a Elektra. Por deixá-lo lá.
                Por assumir que o conhece. Por causa de todas as coisas que ela disse –

                estava  errada.  Ele  pode  seguir  as  regras.  Ele  não  é  como  ela.  Ele  pode
                conter  os  instintos  primais  que  todos  têm.  Passou  a  maior  parte  da  vida
                fazendo exatamente isto: se controlando. Certificando-se de que as pessoas

                não se machucassem. E na única vez que ele cedeu, na única vez que deixou
                suas emoções tomarem conta, alguém morreu.

                  Então  quem  diabos  ela  é  para  ficar  ali  tentando  despi-lo,  entrar  em  sua
                pele?

                  Ele quer mostrar a ela, provar que é diferente dela.
                  Mas também há uma pequena parte de Matt que quer impressioná-la.

                  Aos  olhos  dele,  a  mansão  do  outro  lado  da  rua  parece  uma  prisão,  um
                bloco sólido de pedra com portões altos e janelas enfeitadas. Isso lhe dá nos
                nervos.  Limpo  demais.  Sua  forma  se  revela  aos  seus  sentidos  sem  dar

                nenhum  trabalho:  um  grande  bloco  de  tijolos  e  argamassa.  Nenhuma
                surpresa. Como um cafetão que carrega no pescoço um monte de correntes

                de  ouro.  Essa  casa  é  isto:  uma  declaração  ao  mundo  de  um  homem
                inseguro.

                  Foggy  disse  que  o  pai  de  Elektra  era  algum  tipo  de  diplomata.  Talvez
                todos eles sejam assim. Você me mostra o seu, e eu mostro o meu.

                  Matt aguarda do lado de fora do portão, deixando seus sentidos falarem
                com ele. Sabe que há algum tipo de evento acontecendo esta noite. Muitos
                carros parando diante da entrada. Muitos seguranças armados. Complicado.

                Ele  considera  brevemente  abandonar  o  plano,  mas  não  consegue.  Sua
                curiosidade está aguçada.
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