Page 165 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– De Demolidor!

                  Matt larga do cabelo e se levanta, respirando com dificuldade. Tudo ao seu
                redor muda, os sons da cidade voltam a dominá-lo. O barulho das buzinas;
                os gritos e a fúria de uma discussão doméstica a algumas casas. Uma festa,

                os baques surdos que pode sentir em seus pés.
                  Reflete  sobre  sua  obra.  Deveria  se  sentir…  como?  Orgulhoso?  Forte?

                Justo?
                  Ele apenas se sente perdido. Sozinho.

                  Vazio.
                  Ele sai da rua lateral e cambaleia dentro da noite, tentando não pensar no

                que fez. Assim como quando era mais novo – quando o mundo era demais
                para ele e ele queria escapar – se pega voltando para o único lugar onde
                podia se esconder.

                  O único lugar onde podia se sentir normal.
                  O ginásio.

                  Está  lacrado  agora.  A  rua  inteira  parece  vazia.  Alguns  sem-teto
                cambaleiam pela calçada, mas só isso.

                  Como quando era criança, ele vai até a parte detrás do edifício. E puxa as
                tábuas das janelas do vestiário.

                  A madeira, apodrecida e cheia de cupins, desintegra ao seu toque.
                  Por quanto tempo o ginásio está abandonado?
                  A poeira entope suas narinas quando ele entra. Mas, além da poeira, além

                do  sentimento  de  vazio,  ele  ainda  pode  sentir  o  cheiro  de  serragem  e  de
                suor. Ou será que é apenas sua imaginação?

                  Por algum motivo, o ginásio acalma seu coração acelerado; o traz de volta
                a  si.  Ele  quase  pode  ouvir  um  menino  batendo  no  saco  de  pancadas,  os

                punhos atingindo o couro como os disparos de uma metralhadora enquanto
                ele tenta lidar com as frustrações da vida.

                  Mas tudo isso está agora enterrado no passado. Como seu pai. Como a
                máscara  de  esqui  de  Matt  e  o  cassetete  que  ele  roubou  do  policial
                Leibowitz.

                  Matt segue pelo vestiário até o ginásio. O espaço ecoa ao seu redor, tão
                escuro quanto sua própria visão. Ele caminha na direção do ringue, chega
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