Page 84 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– Stick?
Ele entra no ginásio e instantaneamente percebe que está sozinho. O lugar
parece vazio. Abandonado.
– Stick?
Suplica. Esperança.
Mas não há resposta.
Matt se deita no chão, curvado, puxa os joelhos até o peito, e chora.
• • • •
Hotel Terminal.
Um nome adequado, pensa Stick. Ele sempre se pergunta se Stone o
escolhe simplesmente pelo nome, ou se há alguma outra razão mais
esotérica para marcar seus encontros ali.
Certamente não é por sua classe ou limpeza.
É mais provável que seja porque a equipe – se é que se pode chamá-los
assim – sabe quando desviar o olhar.
Stick entra no hall de entrada. Abre seus sentidos, analisando a área em
busca de inimigos. Hábito. Não haverá inimigos ali.
Ele passa pela velha mesa da recepção, tentado a bater sua bengala na
madeira para acordar o recepcionista que cochila. Decide não fazer isso. Ele
se conhece bem o suficiente para saber que só quer atacar alguém.
Machucar alguém. Não é culpa do recepcionista o que aconteceu esta noite.
Não é culpa de ninguém, é somente sua. Ele julgou mal o garoto. Muito
mal.
São dois agora. Dois em seguida que não atingiram suas expectativas.
Suspira e aperta o botão do elevador. Ele espera que Stone tenha algumas
ideias, porque ele está vazio. Não resta mais nada.
As portas deslizam e se abrem com o rangido das engrenagens e o
arranhar da maquinaria. Ele entra. O cheiro de mijo e vômito quase o
derruba. Velhas embalagens de fast-food se empilham em um canto, o ar
está carregado com o fedor de gordura velha e batatas fritas estragadas.
O elevador sai num solavanco, arrastando-se para cima até o terceiro
andar. Um carpete antigo mostra o caminho, datado e surrado.