Page 88 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Seis anos atrás.

                  Larks é bom em esperar.
                  É uma habilidade que muitos não conseguem nutrir, e uma que ele acha

                muito útil. Ele pode ficar parado por horas. É como meditar. O mundo flui
                através dele, os pensamentos ficam à deriva por sua mente e ele sai do outro

                lado se sentindo descansado e em paz.
                  Entretanto, no momento ele não consegue encontrar paz. Algo está no ar.

                Algo está acontecendo.
                  Fisk  está  sentado  diante  dele  a  uma  mesa  no  Frankie,  um  bar  que  Fisk

                gosta de usar quando quer ter certeza de que não estão sendo seguidos. Uma
                vez contou a Larks que, quando era garoto e queria fugir de seu pai, ele ia
                até lá lavar louça. Frankie lhe dava dinheiro e uma cerveja – mas apenas se

                ele a bebesse lá dentro. Larks acha que o lugar é um lixão, o tipo de bar que
                você  vê  em  todos  os  quarteirões  da  cidade.  Cachecóis  irlandeses  nas

                paredes. Anúncios de cerveja exibidos com orgulho. Clientes grudados no
                balcão  do  bar,  levantando  com  os  braços  molhados  de  bebida  derramada

                toda vez que precisam ir ao banheiro.
                  Mas Fisk se sente seguro ali. Ele sabe que pode conversar sem que algum

                homem de Rigoletto o esteja ouvindo.
                  – É uma oportunidade, Larks. Uma grande oportunidade.
                  Uma hora atrás, Larks contou a Fisk sobre Slade e os outros que acabaram

                no  hospital,  com  medicação  na  veia  e  pinos  enfiados  em  seus  ossos
                quebrados.  Ele  também  contou  como  Gillian  havia  se  tornado  um  dedo-

                duro, gritando sobre como se tornaria testemunha estadual se os policiais o
                protegessem. Claro, isso significa que a polícia acabou prendendo os outros,

                também.
                  Fisk olha fixamente por sobre o ombro de Larks.

                  – Sim – Fisk finalmente diz. – Acho que é hora de eu fazer minha primeira
                jogada. Já esperei tempo demais.
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