Page 92 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
P. 92

Ele  costumava  deixar  que  desviassem  o  olhar,  mas,  ultimamente,

                desenvolveu certo prazer em agarrar seus cabelos, certificando-se de que a
                última coisa que veem seja seu rosto fino.
                  Seus dedos apertam o cabelo grosso do policial enquanto ele desvanece.

                Larks se aproxima, olhando dentro de seus olhos… e sorri.
                  Ele  pode  dizer  o  exato  momento  em  que  o  policial  morre.  Há  algo

                indefinível, algo que simplesmente… desaparece. Uma vez ele se perguntou
                se  isso  poderia  ser  a  alma  partindo  do  corpo,  mas  nunca  chegou  a  uma

                decisão.
                  Ele solta o policial e se levanta, olha ao redor. O quarto tem seis camas,

                mas apenas quatro estão ocupadas.
                  McHale, Gillian, Slade e Marcello. Todos presos aos acessos intravenosos,
                os corpos cheios de diversos gessos e curativos. Larks anda entre as camas,

                a  faca  ainda  na  mão.  Ele  sabe  que  deve  acabar  logo  com  isso  –
                provavelmente há outro policial, um que saiu apenas para pegar café –, mas

                não quer apressar.
                  Escolhe Marcello para ser o primeiro. Ele se inclina para perto, analisando

                o  homenzinho.  Não  parece  tão  ruim.  Nenhum  curativo  no  corpo.  No
                entanto, tem um em volta da cabeça. Larks puxa o curativo, tentando ver a

                ferida.
                  Os olhos de Marcello se abrem repentinamente. Ele vê Larks e abre a boca
                para dizer algo. Larks coloca o dedo sobre seus lábios, indicando silêncio.

                Marcello concorda e obedece, obviamente pensando que ele está ali para
                levá-los embora.

                  Larks  ouve  um  barulho  metálico  e  olha  para  baixo.  Marcello  está
                algemado à cama.

                  Um  sorriso  se  alarga  sobre  o  rosto  de  Larks.  Um  público  cativo.  Que
                maravilha. Ele se vira lentamente em círculo, observando a localização de

                cada um nas camas.
                  Começa com Marcello. Uma rápida enfiada com a faca de seu velho – mas
                não um rasgo de garganta inteira. Ele quer algo mais artístico.

                  Em choque, os olhos de Marcello se arregalam de choque. Larks vai até a
                próxima  cama.  Gillian.  O  apunhala  na  garganta,  do  mesmo  jeito  que  fez
   87   88   89   90   91   92   93   94   95   96   97