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Conclusão Referências
Alguns documentos referem-se ao péssimo estado CÁSSIA. Taynar de. Movimento negro de base religiosa:
de conservação da igreja. Ignácio M. Costa Peixoto, a Irmandade do Rosário dos Pretos. Revista Caderno CRH.
provável devoto de Nossa Senhora de Guadalupe, Salvador, jan./jun. 2001, n. 34, p. 165 - 179.
deixa em testamento uma doação de dez mil réis para
COSTA, Ana de Lourdes Ribeiro da. Espaços negros:
a manutenção do templo, caso a irmandade a faça no
“cantos” e “lojas” em Salvador no século XIX. Revista
período de dois anos após sua morte, ocorrida em 1838 .
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Caderno CRH. Cantos e toques - etnografias do espaço ALGUNS RESULTADOS INÉDITOS
Embora de maneira superficial, essas notícias deixam negro na Bahia. Salvador, 1991. v. 4.
entrever que a demolição da capela justificava-se pelo
DAVID, Onildo Reis. O inimigo invisível: epidemia na Bahia
seu estado de decadência. Porém, sabemos que muitas
no século XIX. Salvador: Edufba/Sarah Letras, 1996.
outras igrejas em estado deplorável de conservação
passaram por reformas e reconstruções que impediram FUNDAÇÃO Gregório de Mattos; Universidade Federal
sua destruição. A Igreja dos Pardos de Guadalupe, ao da Bahia; Centro de Estudos de Arquitetura na Bahia.
contrário, deixou de existir. O entulho resultante da Evolução física de Salvador: 1549 a 1800. Salvador: Pallotti,
demolição foi direcionado para as obras da rua da Vala, 1998. (Edição especial.)
atual J. J. Seabra, para onde dava provavelmente uma
de suas laterais, e a irmandade voltou para o antigo lar: LEITE, Rinaldo César. E a Bahia civiliza-se…: em um
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a Catedral da Sé . contexto de modernização urbana – Salvador 1912-1916.
Salvador, 1996. Dissertação (mestrado), Universidade
Não se sabe exatamente o que levou ao enfraquecimento
Federal da Bahia.
da Irmandade dos Pardos de Guadalupe, a ponto de
não conseguir impedir a demolição de seu templo. MATTOSO, Kátia. Bahia século XIX: uma província no
Após a demolição, a irmandade não conseguiu evitar o Império. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
“calote” da municipalidade… Não encontramos notícias
NAJJAR, Rosana et al. Catálogo das coleções cerâmicas
sobre esse evento nos jornais de maior circulação na
da 6ª SR/Iphan. Rio de Janeiro: Instituto do Patrimônio
província, o que indica que a capela foi demolida sem
Histórico e Artístico Nacional, 2007.
maior alarde na imprensa e na comunidade e sumiu da
memória oficial baiana sem deixar rastros. NAJJAR, Rosana; SILVA, Regina Coeli Pinheiro da.
Relatório de pesquisa arqueológica da 7ª Etapa do Projeto
33 Idem, ibidem, n. 26, p. 75.
Pelourinho Salvador/BA. Monumenta/Iphan: 2007.
34 Ver APEB, seção colonial, governo da província,
religião, irmandade da capital, 1847-1889, maço 5249.
Ver também APMS, obras públicas municipais, termo ______ . Relatório parcial do projeto de prospecções
de alinhamento e vistoria, caixa 01. Ver APEB, seção arqueológicas na área da 7ª Etapa do Projeto Pelourinho.
colonial, notícias das igrejas da capital da Bahia, 1852- Monumenta/Iphan: jul./dez. 2006. 245
1888, maço 5241.
Programa monumenta – IPhan