Page 12 - Competências Socioemocionais - E-book
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As Competências Socioemocionais no Sistema Colégio Militar do Brasil:

            uma nova perspectiva para o desenvolvimento dos discentes

                                                                           Alessandra Martins Gomes Feitosa
                O  presente  artigo  busca  apresentar  a  inserção  das  Competências  Socioemocionais  (CSE)  no


        currículo dos Colégios Militares (CM) integrantes do Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) e a

        importância desse aporte para o desenvolvimento do discente considerando os diferentes cenários com

        os quais ele se deparará ao sair da escola.

               É notório que a escola atualmente lida com as diferentes gerações, agentes de ensino, professores

        e  alunos  que  viveram  diferentes  momentos  históricos  e  que,  de  certa  forma,  se  construíram  nas

        mediações de diferentes esferas sociais.  É evidente, também que, do mundo VUCA ao mundo BANI, pós-

        -pandemia,  diferentes  fatos  afetaram  as  pessoas  e  a  sociedade  atual.  Nesse  contexto,  o  boom

        tecnológico que invadiu as escolas nos últimos dois anos e as reconfigurações que ocorreram de forma

        abrupta impactaram as relações sociais de tal forma que se pode declarar que a educação que existia

        não cabe mais nesse mundo veloz e acelerado (ABED, 2014).

                 Nesse sentido, a inserção das Competências Socioemocionais (CSE) nos currículos das escolas está


        relacionada com a sua instrumentalização e de seus atores acerca de um constructo teórico capaz

        de  ser  acionado  de  forma  intencional  com  o  sentido  de  potencializar  a  aprendizagem  discente,

        possibilitando a preparação do aluno para as atividades futuras com as quais vai se deparar ao sair

        da Educação Básica.

               Ao longo dos últimos cinco anos, o Ministério da Educação tem apresentado a Base Nacional

        Comum Curricular (BNCC), uma normativa que estabelece um roteiro progressivo de aprendizagens

        essenciais para todo o Ensino Fundamental e Médio do país, com vistas a promover um avanço no

        sistema educacional.

              Desde o Relatório Delors (1998), a educação mundial tem sido alvo de estudo por inúmeros

        professores e pesquisadores visando ao papel formativo da escola. No lugar de ficar analisando as

        mazelas sociais e as interferências delas na vida dos alunos, e de apenas considerá-las como fatores


        de diferença socioeconômica para justificar ou não sucessos ou fracassos discentes, é fundamental que

        a escola, além de conhecê-las, ressignifique-as. Por isso, esse relatório rompe com uma perspectiva

        horizontal  de  um  ensino  propedêutico  e  segmentado,  para  um  rol  de  "aprendizagens  verticais",

        espiraladas, sempre interseccionadas por outros conhecimentos, trazendo para o cenário da sala de

        aula todas as relações dos alunos, considerando as suas rotinas e seus cotidianos. A proposta de um

        ensino  pautado  em  quatro  pilares  fundamentais,  rompe  com  a  visão  cartesiana  desse  ensino

        tradicional.
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