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As Competências Socioemocionais no Sistema Colégio Militar do Brasil:
uma nova perspectiva para o desenvolvimento dos discentes
Alessandra Martins Gomes Feitosa
O presente artigo busca apresentar a inserção das Competências Socioemocionais (CSE) no
currículo dos Colégios Militares (CM) integrantes do Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) e a
importância desse aporte para o desenvolvimento do discente considerando os diferentes cenários com
os quais ele se deparará ao sair da escola.
É notório que a escola atualmente lida com as diferentes gerações, agentes de ensino, professores
e alunos que viveram diferentes momentos históricos e que, de certa forma, se construíram nas
mediações de diferentes esferas sociais. É evidente, também que, do mundo VUCA ao mundo BANI, pós-
-pandemia, diferentes fatos afetaram as pessoas e a sociedade atual. Nesse contexto, o boom
tecnológico que invadiu as escolas nos últimos dois anos e as reconfigurações que ocorreram de forma
abrupta impactaram as relações sociais de tal forma que se pode declarar que a educação que existia
não cabe mais nesse mundo veloz e acelerado (ABED, 2014).
Nesse sentido, a inserção das Competências Socioemocionais (CSE) nos currículos das escolas está
relacionada com a sua instrumentalização e de seus atores acerca de um constructo teórico capaz
de ser acionado de forma intencional com o sentido de potencializar a aprendizagem discente,
possibilitando a preparação do aluno para as atividades futuras com as quais vai se deparar ao sair
da Educação Básica.
Ao longo dos últimos cinco anos, o Ministério da Educação tem apresentado a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), uma normativa que estabelece um roteiro progressivo de aprendizagens
essenciais para todo o Ensino Fundamental e Médio do país, com vistas a promover um avanço no
sistema educacional.
Desde o Relatório Delors (1998), a educação mundial tem sido alvo de estudo por inúmeros
professores e pesquisadores visando ao papel formativo da escola. No lugar de ficar analisando as
mazelas sociais e as interferências delas na vida dos alunos, e de apenas considerá-las como fatores
de diferença socioeconômica para justificar ou não sucessos ou fracassos discentes, é fundamental que
a escola, além de conhecê-las, ressignifique-as. Por isso, esse relatório rompe com uma perspectiva
horizontal de um ensino propedêutico e segmentado, para um rol de "aprendizagens verticais",
espiraladas, sempre interseccionadas por outros conhecimentos, trazendo para o cenário da sala de
aula todas as relações dos alunos, considerando as suas rotinas e seus cotidianos. A proposta de um
ensino pautado em quatro pilares fundamentais, rompe com a visão cartesiana desse ensino
tradicional.