Page 26 - Teatros de Lisboa
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Teatro da Rua dos Condes
acesso à plateia - situada imediatamente acima do botequim - e pisos superiores, por meio de duas largas
escadarias.
Os primeiros empresários a explorar o espaço foram Salvador Marques e Casimiro de Almeida. Juntos
montaram uma companhia dirigida e ensaiada por Sousa Bastos e composta por Pepa Ruiz, Guilhermina de
Macedo, Laura Godinho, Luiza d’Oliveira, Encarnação Reis e Isabel Ficke, bem como por Alfredo Carvalho,
Sergio d’Almeida, Roque, Salazar, Mathias d’Almeida, Carlos Rocha, Caetano Reis, Pinheiro, Pereira
d’Almeida, Lima e Cruz. Foi esta mesma companhia que, a 23 de Dezembro de 1888, inaugurou o espaço,
com a opereta “As Duas Rainhas”.
Ainda sobre esta opereta “Negrito de Chaves”, em que o elenco era composto por actores negros, o
jornal “O Século” de 22 de Abril de 1911 escrevia: «Estreou-se ontem, a nova companhia de negros das
nossas possessões ultramarinas, contratada pelo empresário Segurado e dirigida pelo actor José Rodrigues
Chaves.». Nesse ano, a mesma Companhia também levaria à cena as operetas: “Grã Duquesa de Gerolstein”,
“Boccácio na Rua”, “Amor Luso-Brasileiro” e “Reino da Bolha”.
Nas caves do “Theatro da Rua dos Condes” abriria um restaurante, onde se realizavam as reuniões
gastronómicas do grupo maçónico “Os Makavenkos”. Este grupo, era uma sociedade gastronómica-
filantrópica fundada em 1884 por Francisco de Almeida Grandella (fundador dos “Armazens Grandella & C.ª”)
com fins de solidariedade e beneficência. Faziam parte, entre outros, o duque de Lafões (D. Caetano de
Bragança), Bulhão Pato, Rafael Bordalo Pinheiro, D. Francisco de Sousa Coutinho e o almirante Ferreira do
Amaral. Política e religião eram assuntos nunca discutidos, tendo o seu ex-líbris como divisa «Honni soit qui
mal y pense».
«Entravam bem trajados pela Rua dos Condes, como se fossem para o teatro. Empresários, políticos,
artistas, médicos, jornalistas, aristocratas e plebeus, monárquicos e republicanos, maçons, ultraconservadores
e revolucionários passavam as bilheteiras sem parar, desciam dois lanços de escada e tocavam à porta da
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