Page 32 - Teatros de Lisboa
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Teatro do Salitre / Teatro das Variedades


               não sucedeu e  «a chicana estabeleceu os seus alcaçares na calçada do Salitre», escrevia a “Chronica dos
               Theatros”, no seu número de 1 de Janeiro de 1866. Joaquim José da Silva Cordeiro, como procurador de D.
               Josefa Serrate, proprietária do Teatro, abrira, então, fogo cerrado contra a direcção da «Sociedade». A viúva
               do fundador João Gomes Varela, que o alugara, primeiro por 400$000 réis, depois por 480$000 réis e, mais
               tarde,  por  600$000 réis, fazendo-se o arrendamento  por três  anos,  desde 1 de  Outubro de 1863 a  30  de
               Setembro de 1866, vendo que lhe não pagavam, accionou uma penhora à empresa; apoderou-se das chaves
               e tomou posse do Teatro.

                     «Finalmente no meio desse prélio entre Thetis e Thalia, aparece um homem que soluciona tudo. Como?
               não sei. E António Gonçalves Pinto Bastos. Aplaca os contendedores, amansa D. Josefa Serrate, afasta do
               Salitre os beleguins, organiza uma companhia e acrescenta o título do teatro. Vai funcionar o “Theatro das
               Variedades Dramaticas”».

                     A empresa, querendo renovar o “Theatro das Variedades Dramaticas”, em finais de 1864 mandou pintar
               a sala, os salões e os corredores dos camarotes. Pelo que se lia no jornal “Diario de Noticias” de 6 de Janeiro
               de 1865:
                     «O theatro de Variedades Dramáticas, como já noticiamos, deve abrir no dia 20 do corrente com  a
               comédia mágica do sr. Joaquim Augusto d'0liveira - «Os amores do diabo», a qual tem 3 actos e 1 prologo,
               divididos em 19 quadros. O scenário é pintado pelos srs. Villela e Lima ; os aderesses, do sr. João Francisco
               Pereira dos Santos ; o vestuário, do sr. Cruz.»










































                     Após a sua inauguração o mesmo “Diario de Noticias” relatava:

                     «Realizou-se a inauguração na noite de 4 de Fevereiro. Foi um verdadeiro triunfo! Aplausos e palmas
               que  farte, felicitações  ao  emprezário,  muita alegria  e muita animação. Excepto as  maquinarias do mestre
               Assunção, que estava longe de ter os méritos do João Vieira, o mais tudo agradou até o desempenho, coisa
               que há muito tempo não sucedia no Salitre.
               O regente da orquestra, não mencionado na informação do Noticias, era Eduardo Azimouth.»

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