Page 36 - Teatros de Lisboa
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Teatro Nacional de S. Carlos


               Foi, aliás, este, então intendente da Polícia e antigo homem de confiança do primeiro-ministro Sebastião de
               Carvalho e Melo, quem conseguiu obter da Coroa a permissão. Por detrás da justificação oficial,  estavam,
               porém,  os  interesses  de  abertura  e  modernização  da  sociedade  portuguesa  de  um  grupo  de  grandes
               negociantes de Lisboa, entre outros, os contratadores do tabaco, que haviam prosperado na época pombalina.
               O seu custo foi de 165.845$196 reis ….

                     Os referidos negociantes de seus nomes Anselmo José da Cruz Sobral, Jacinto Fernandes Bandeira,
               João Pereira Caldas, António Francisco Machado, Joaquim Pedro Quintela e António José Ferreira Sola. Um
               deles, Joaquim Pedro Quintela, feito barão em 1805 (mais tarde Conde de Farrobo, e Director do próprio Real
               Teatro de São Carlos entre 1838 e 1840), cedeu os terrenos para o edifício em troca da propriedade de um
               camarote de primeira ordem, com anexos e acesso privado à rua, fronteiro ao camarote lateral, de proscénio,
               da família real. O Conde de Farrobo, já empresário do “Teatro Nacional de São Carlos”, em 1820 inaugura o
               seu O “Teatro da Laranjeiras” , na sua propriedade, junto ao seu “Palácio nas Laranjeiras” contíguo ao Jardim
               Zoológico.

                     O “Teatro Nacional de S. Carlos”  é um exemplar da arquitectura civil pública, neoclássica, e recebeu
               algumas influências de inspiração italiana, designadamente do “Teatro di San Carlo’” em Nápoles, e do “Teatro
               della Scala” de Milão. Merece referir a participação de vários artistas nacionais e estrangeiros na decoração do
               interior do teatro, nomeadamente Cirilo Volkmark Machado, Appianni e Manuel da Costa.









































                     Nesse tempo, a empresa do “Teatro Nacional de S. Carlos”, tinha a seu cargo a “Sociedade dos Actores
               do Teatro Nacional” da Ruas dos Condes, e ostentava como primeiros artistas: Neri e Vergé, primeiras damas
               sérias; Favini e Fensi, primeiras damas cómicas; Mary, primeiro tenor e Martinelli, primeiro buffo; en dança
               Coralli e Gerard, primeiros bailarinos.

                     Em 1850, a iluminação do interior foi alterado para iluminação a gás, a mais recente  tecnologia
               disponível.

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