Page 40 - Teatros de Lisboa
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Teatro de Thalia ou Teatro das Laranjeiras
Teatro de Thalia ou Teatro das Laranjeiras (1820)
O “Theatro de Thalia” ou “Theatro das Laranjeiras”, inserido no “Palácio das Laranjeiras”, propriedade
de Joaquim Pedro Quintella do Farrobo, 1º Conde de Farrobo desde 1802, teve a sua primeira representação
em 1825. Com capacidade para 560 lugares, a sua construção tinha sido iniciada em 1820, sob o projecto do
arquitecto Fortunato Lodi. As artes de estucador ficaram a cargo do italiano Félix Salla e João Paulo da Silva,
e as pinturas interiores da responsabilidade de António Manuel da Fonseca. Esta seria a primeira versão deste
Teatro.
Entre 1841 e 1843, seria refeito e remodelado pelo mesmo arquitecto, passando a oferecer luxuosos
camarins e um salão de baile, com paredes revestidas de espelhos de Veneza, vindo a ser inaugurado em 26
de Fevereiro de 1843, com um espetáculo a que assistiu a Rainha D. Maria I.
«Joaquim Pedro Quintella do Farrobo, 1º conde de Farrobo por decreto da regencia do duque de
Bragança, em 1833, 2º barão de Quintella, par do reino, 2.° senhor da villa do Préstimo, 2.° alcaide-mór da
villa da Sortelha, grã-cruz da ordem da Conceição e commendador da de Christo, Inspector geral dos theatros
e espectáculos públicos, coronel de cavallaria nacional de Lisboa, abastado proprietário e capitalista, nasceu
em Lisboa a 11 de dezembro de 1801.
O Conde de Farrobo foi o fidalgo mais opulento e cavalheiresco que Portugal tem possuido. Foi tambem
um protector das bellas artes e um dedicado amigo dos artistas. Ainda até á morte os seus mais estimados
convivas foram os notaveis actores Taborda e Izidoro. Foi emprezario do theatro da Rua dos Condes, dando-
lhe todo o brilho e esplendor compativel com a epocha. Foi o mais bizarro e enthusiasta emprezario que o
theatro de S. Carlos jámais tem tido.
Mandou construir na sua maravilhosa quinta das Laranjeiras o mais bello e confortavel theatro de
Portugal, em que dava os mais extraordinarios e luxuosos espectaculos com distinctos amadores da alta
sociedade e com os mais afamados artistas da epocha, que mandava vir do estrangeiro.
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