Page 33 - Teatros de Lisboa
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Teatro do Salitre / Teatro das Variedades


                     As duas últimas companhias que pisaram o palco arqueológico do Salitre, foram as dirigidas pelo
               popular Costa Marreco, que reincidira em ser empresário, e pelo actor Avelar Machado. E…
                     «Em 24 de agosto de 1879 soou o primeiro embate da picareta contra as paredes do infeliz e glorioso
               teatro que suportara durante noventa e sete anos os mais duros revezes da sorte. (...)
               Sob o asfalto da mais nobre artéria cidadã repousam os teus restos. Em derredor pairam, com a tua memória -
               aos olhos dos visionários como eu - as comoções, as lágrimas, as gargalhadas e os deslumbramentos que tu
               proporcionaste a umas poucas de gerações.
               Foste generoso e liberal. Merecias ter tido melhor sorte.»  in: "Depois do Terramoto: subsidios para a historia
               dos bairros ocidentais de Lisboa" - Vol II de Gustavo Matos Sequeira (1917).

                     Com o início das demolições do Teatro e dos edifícios próximos teriam, igualmente, início as obras de
               construção da Avenida da Liberdade, assim referenciadas no livro  “Diccionario do Theatro Portuguez”  de
               Sousa Bastos (1908): «A 24 de Agosto de 1879, para dar principio ás grandes obras da Avenida da Liberdade,
               começou a demolir- se o theatro das Variedades, antigo theatro do Salitre., de péssima construcçâo, mas que
               deixou saudades pejas alegres noites que alli se passaram com Izidoro, António Pedro Furtado Coelho,
               Joaquim d'Almeida, Lucinda Simões e outros artistas notáveis.»

                     Em 11 de Janeiro  de  1890, seria  inaugurado um novo teatro na Rua Nova  da Alegria, o  “Theatro
               d’Alegria” , construído em ferro e madeira, cuja gravura e artigo no jornal “Diario Illustrado” publico de seguida.
               Este teatro era propriedade de “Castanheiro e Barata”, e foi projectado por João Augusto Barata, tendo a sua
               construção durado cinco meses.



































                     «A salla  é elegante, como dissemos, e dispõe dos seguintes logares:  quatro frizas; doze camarotes,
               n'uma só ordem, cento e vinte e seis cadeiras de balcão; trezentas e quarente de platéa; e cento e vinte seis
               logares na galleria que fica ao fundo do balcão, em amphitheatro.
               Depois do antigo theatro das Variedades e do velho templo da arte mais profanamente conhecido pelo Rua
               dos Condes, é decerto o theatro d'Alegria o que melhor preenche a falta de theatros populares, proprios para
               verão e inverno, assim como que um divertimento de meia estação.» in revista “Occidente”.

                     O “Theatro d’Alegria” não teria uma vida longa, mas antes curta, tendo sido vendido em hasta pública e
               posteriormente demolido.

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