Page 177 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Checklist: um instrumento necessário para o processo de alta social
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 611.336.703-77 Neide da Silva Áfio Universidade Estadual do Ceará (UECE)
039.885.473-44 Maria Andrezza dos Santos Nascimento Universidade Estadual do Ceará
Resumo
Partindo das experiências, em um hospital de nível terciário de atenção á saúde, de natureza pública e estatal, foi possível
entender o funcionamento da política de saúde e a operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS). Verificamos aspectos
sociais que interferem diretamente na alta do paciente internado, comprometendo as questões relacionadas a alta hospitalar
e ao tratamento do paciente de forma integral. São muitos os casos em que pacientes internados na unidade hospitalar
encontram-se, segundo a equipe médica, aptos á alta clínica, porém, durante a internação apresentam demandas sociais,
dentre elas, se destacam: fragilidades socioeconômicas, fragilidade ou rompimento de vínculos familiares, alimentação, dentre
outros. Diante desta realidade, foi construído um instrumental, caracterizado como Checklist, para auxiliar a identificação de
demandas sociais, tomando como foco central o momento da alta hospitalar. Com base, no conceito ampliado de saúde (BRASIL,
1988) e sua relação com a questão social, entendida conforme a autora lamamoto (1982), utilizamos como parâmetros os
determinantes sociais " a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais" (Lei 8.080/1990, artigo 3º). Durante o processo de
construção, foram realizadas reuniões com o setor do serviço social, ajustes como inclusão e exclusão de itens e estratégias para
o uso. A aplicação do instrumental teve como resultado, um acompanhamento durante a internação que foi além
da situação clínica do paciente, consequentemente exigiu do/a assistente social maior atenção em relação as ações de
orientação sobre os direitos sociais (previdenciários, trabalhistas, assistenciais, etc.), evitando que as demandas sociais fossem
analisadas somente no momento da alta. Trabalhar a alta social concomitantemente a alta clínica é necessário para garantir uma
alta segura, aliado a isso, a junção fortalece o conceito ampliado de saúde e a equipe multidisciplinar. Neste sentido, conclui-se
que este instrumental trouxe significativos resultados para a melhoria da organização e sistematização do trabalho do
assistente social no campo da saúde, como também instigou á reflexão crítica acerca da sociedade capitalista e suas contradições
geradas pelas desigualdades econômicas, sociais e politicas, portanto, na maneira como o processo saúde-doença é entendido.