Page 654 - ANAIS ENESF 2018
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           Evento Integrado
           Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
           Título
           Desafios Vivenciados por Familiares de Crianças e Adolescentes com Transtorno do Espectro Autista
           Autores
           PRINC   APRES            CPF            Nome                                                               Instituição
              x      x    783.876.473-49  Patrícia Symone Almeida Ivo  Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza
                          451.450.914-00  Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto Fiocruz Ceará
                          703.637.573-68  Márcia Gomes Marinheiro Coelho  Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS)
           Resumo
           O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está entre os problemas de saúde mental que mais prejudicam o desenvolvimento
           infantil. A Organização Mundial de Saúde estima que uma em cada 160 crianças no mundo tenham o transtorno. O contexto familiar sofre
           rupturas imediatas diante do início da apresentação dos sintomas de TEA na medida em que há interrupção as atividades rotineiras e
           transformação do clima emocional no qual a família vive. OBJETIVOS: Caracterizar o contexto familiar no suporte à criança e ao
           adolescente com TEA. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, realizado no período de abril a maio de 2018,
           na Casa da Esperança, em Fortaleza - CE. A coleta de dados foi realizada através de dois grupos focais, nos quais participaram familiares
           de crianças e adolescentes autistas, de grau variável, havendo dez participantes no primeiro grupo e nove, no segundo. O projeto de
           pesquisa foi submetido e aprovado no Comitê de Ética na Escola de Saúde Pública do Ceará com o parecer de número 2.490.514.
           RESULTADOS: Do total de 19 participantes, a maioria foi de mães de crianças e adolescentes com TEA, havendo também a presença de
           duas avós, sendo a totalidade de pessoas do sexo feminino. A falta de apoio familiar e social foi o principal desafio relatado pelas
           cuidadoras. Outras dificuldades relatadas foram: o isolamento social que algumas famílias enfrentam pelo pobre convívio social de seus
           filhos; a falta de inclusão verdadeira nas escolas; diminuição da renda familiar pela necessidade de abandono de emprego por alguns
           familiares; dificuldade em ensinar habilidades sociais e atividades da vida diária para a pessoa com TEA sob o seu cuidado. Os autores
           observaram também que o tempo destinado para educação e suporte psicológico às cuidadoras ainda é relativamente pequeno.
           CONCLUSÃO: A Casa da Esperança desenvolve um processo de atenção fundamental para as famílias e pessoas que são acolhidas em
           seu seio, constituindo em um dos poucos espaços públicos de acolhimento para indivíduos com TEA no Ceará. É necessário investigar a
           visão dos gestores e profissionais de saúde da instituição para compreender melhor a gestão e organização de seu processo de atenção às
           pessoas com TEA, bem como a relação entre esta e as famílias e pessoas atendidas. Como resultados preliminares de nosso estudo,
           refletimos que se faz necessário pensar na elaboração de estratégias de apoio a estas famílias, que na compreensão dos autores devem
           ser abordadas de forma coletiva.
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