Page 655 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS, CEARÁ, 2015 E 2016
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 035.074.603-60 Glaubênia Gomes dos Santos Secretaria de Saúde do Estado do Ceará
063.525.033-06 Josafa Cavalcante do Nascimento Filho SESA
027.354.683-05 Pâmela Maria Costa Linhares SESA
Resumo
Introdução: Após uma revisão nos estudos observacionais, de coorte e de caso-controle, chegou-se ao consenso científico de que o vírus
Zika é uma causa de microcefalia e outras complicações neurológicas que, em conjunto, constituem a Síndrome Congênita do Zika vírus no
Ceará nos anos de 2015 e 2016. Objetivo: Descrever o padrão epidemiológico de ocorrência da Síndrome Congênita do Zika vírus (SCZ).
Métodos: Estudo descritivo de abordagem quantitativa. A coleta das informações foi realizada por meio de dados secundários no Registro
de Eventos em Saúde Pública - RESP. A obtenção dos dados ocorreu no setor de vigilância epidemiológica da SESA. Resultados: Entre
outubro e dezembro de 2015, foram notificados 227 casos, sendo 59,5% (135/227) descartados, 24,7% (56/227) confirmados, 13,6%
(31/227) prováveis e 2,2% (5/227) inconclusivos. No ano de 2016, foram notificados 417 casos, 54,0% (225/417) descartados,
25,7% (107/417) confirmados, 1,7% (7/417) foram inconclusivos, 0,9% (4/417) foram prováveis e 17,7% (74/417) permanecem em
investigação. A macrorregional de Fortaleza concentrou a maior parte das notificações. A detecção dos casos suspeitos de SCZ foi mais
expressiva após o nascimento da criança. Dentre os casos confirmados de 2015 e 2016, 63,2% (103/163) foram encerrados pelo
critéio clínico radiológico e 36,8% (60/163) pelo critério laboratorial, ocorrendo identificação do vírus ZIka em 91,7% (55/60) das
confirmações e 8,3% (5/60) foram confirmados por algum STORCH. A maioria das mães de crianças microcefálicas com confirmação
clínica-radiológica ou laboratorial relatou ter tido exantema no primeiro trimestre de gestação. Em 2015, 31,5% (58/184) dos municípios do
Estado notificaram casos de doença, destes, 43,1% (25/58) tiveram casos confirmados. Em 2016 , 56% (103/184) dos municípios
reportaram casos de SCZ, destes, 24,5% (45/184) tiveram casos confirmados. Nos dois anos em análise as 22 macrorregiões de
saúde do Estado notificaram casos da doença. Conclusão: Frente à situação de Emergência em Saúde Pública decretada em 2015, o
estado do Ceará se deparou com o desafio de identificar e tratar casos de SCZ em meio a um surto dessa doença que atingiu o Nordeste
do país. Espera-se que o conhecimento sobre a SCZ seja difundida na ESF, haja vista, ver nas unidades de saúde a detecção precoce
dessa doença, colaborando para o êxito e manutenção do tratamento de estimulação precoce dessas crianças na atenção especializada.