Page 719 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Rede de Atenção Psicossocial de Maracanaú-CE: ações de integralidade e práticas de cuidado
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 604.430.133-81 Jamyle Martins de Sousa Universidade Estadual do Ceará
004.121.683-08 Danielly Maia de Queiroz Universidade Estadual do Ceará
170.683.393-87 Lúcia Conde de Oliveira Universidade Estadual do Ceará
Resumo
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), instituída pela Portaria 3.088/2011, surge com a finalidade de criar e ampliar a articulação entre
os pontos da atenção à saúde mental no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Tem em vista a consolidação do modelo de atenção às
pessoas com transtorno mental e dependência química em rede aberta e integrada, capaz de promover a superação do modelo asilar,
como almejado pela Reforma Psiquiátrica. Nesse estudo, objetivou-se identificar as ações no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e as
articulações com outros pontos da rede. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada no CAPS Geral de Maracanaú-CE, no período de
Novembro de 2017 a Abril de 2018. Foram realizadas observações e entrevistas semiestruturadas com trabalhadores do CAPS Geral e de
outros pontos da RAPS do município. Este estudo é um recorte de uma pesquisa maior intitulada "Organização das Redes de Atenção
à Saúde no Ceará: desafios da universalidade do acesso e da integralidade da Atenção", promovida pelo Laboratório de
Seguridade Social e Serviço Social da UECE, aprovada pelo CEP, com Parecer nº 880.192/2014. Implementada desde 2012, a RAPS de
Maracanaú com três serviços específicos: CAPS Geral, CAPS Infantil e CAPS AD; uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA); leitos
psiquiátricos em Hospital Geral; e 30 unidades de Atenção Básica. Os CAPS realizam atendimentos individuais e coletivos (grupos) nas
unidades e promovem ações de promoção, prevenção em Saúde Mental no território, bem como participam e desenvolvem ações de
integralidade entre os serviços da rede, tais como: matriciamento em Saúde Mental, articulações intersetoriais com os equipamentos das
demais Políticas Públicas, e encontros da Rede de Atenção Psicossocial. O apoio matricial destaca-se como responsável pelo
cuidado compartilhado, esclarecimento de dúvidas, criação e planejamento de estratégias de ação, além da formação de vínculos entre
os profissionais. As articulações entre os serviços possibilitaram avanços no processo de trabalho e promoção do cuidado, permitindo
maior resolutividade dos casos e atendimento qualificado. Portanto, muitos avanços são percebidos. Entretanto, o cuidado em
rede ainda possui desafios para a sua realização, principalmente no que tange a Saúde Mental, pelas repercussões históricas no
estigma atribuído à loucura. Ademais, os atendimentos ocorrem em um cenário de precarização das condições de trabalho e das condições
estruturais dos serviços.

