Page 796 - ANAIS ENESF 2018
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           Evento Integrado
           Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
           Título
           Grupo Redescobrir: experiência da Residência para a posteridade
           Autores
           PRINC   APRES            CPF            Nome                                                               Instituição
              x      x    028.313.033-46  Deborah Natacha Ferreira Figueiredo  Prefeitura Municipal de Maranguape
                          026.930.823-74  Patricia Emmanuelle Melo e Almeida   Secretária Municipal de Saúde de Tianguá
           Resumo
           O presente trabalho apresenta a experiência do "Grupo Redescobrir", vivenciada pelos residentes multiprofissionais em saúde da família e
           comunidade da Escola de Saúde Pública do Ceará -ESP/CE na localidade Serra do Lagedo, Maranguape- CE. Trata-se de um estudo
           descritivo, do tipo relato de experiência, caracterizado como pesquisa participante. A escolha do nome "Grupo Redescobrir" foi efetuada em
           conjunto com as participantes e fez referência ao seu objetivo central: realizar atividades terapêuticas e de educação em saúde,
           direcionadas ao cuidado em saúde mental de mulheres que utilizavam ansiolíticos de maneira desordenada, redescobrindo novos caminhos
           para o tratamento. Os encontros ocorreram quinzenalmente na Unidade Básica Antônio Ivan Marques, no turno da tarde, com duração de
           uma hora e meia, entre os meses de Outubro e Dezembro de 2016. Inicialmente, realizou-se uma triagem dos casos acompanhados pela
           psicóloga residente a fim de selecionar as pessoas que possuíam perfil para o grupo e observar o interesse das usuárias em participar de
           atividades coletivas. Foram escolhidos temas que versavam suas histórias de vida e que incidiam como fator de risco em relação a
           saúde mental. No primeiro encontro foram apresentados os objetivos, escolhido o nome do grupo, e elaborado junto com as
           participantes, o acordo de convivência. Durante o segundo, foi trabalhado o resgate da autoestima. No terceiro, foi tratada a temática da
           medicalização. O quarto versou sobre a violência contra mulher e empoderamento. No quinto, foi trabalhado o tema da sexualidade através
           de relato de experiência e dinâmicas. No último encontro, foi realizada uma roda de conversa sobre a experiências e percepções dos
           participantes sobre o grupo, tendo como estímulo a construção de um mosaico com fotos dos encontros. Dentre os resultados alcançados,
           percebe-se o fortalecimento do vínculo grupal e das mulheres com a equipe de saúde; mudanças nos discursos em relação ao papel da
           mulher; iniciado o processo do uso consciente de ansiolíticos em parceria com o médico e demais profissionais; e apoio da gestão municipal
           na continuidade do grupo. Ressalta-se a importância do cuidado integral em saúde na Atenção Primária, atentando-se para a singularidade
           da pessoa em sofrimento psíquico. É preciso superar a cultura da medicalização da vida investindo em práticas de saúde atentas ao
           território. Por fim, esta experiência impulsionou trabalhos posteriores em saúde mental no território.
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