Page 973 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Ecoepidemiologia da esquistossomose mansoni em áreas da transposição do Rio São Francisco no estado do Ceará
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 820.360.713-68 Marta Cristhiany Cunha Pinheiro Universidade Federal do Ceará
017.427.144-12 Reagan Nzundu Boigny Universidade Federal do Ceará
134.198.033-20 Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra Universidade Federal do Ceará
948.484.402-20 Anderson Fuentes Ferreira Universidade Federal do Ceará
014.123.177-70 Alberto Novaes Ramos Júnior Universidade Federal do Ceará
009.234.303-18 José Damião da Silva Filho Universidade Federal do Ceará
670.262.903-63 Issis Maria Nogueira de Castro Universidade Federal do Ceará
Resumo
Introdução: Ceará possui taxa média de positividade para esquistossomose de 0,57%, sendo considerado área de baixa endemicidade
focal. Estados do Nordeste passam por ampla intervenção eco-bio-social gerada pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco
(PISF), que poderá contribuir para dispersão e/ou introdução de hospedeiros intermediários da esquistossomose, com aumento do
risco para doenças de veiculação hídrica. Objetivo: avaliar a mortalidade por esquistossomose no Brasil e descrever situação
epidemiológica e ambiental da mesma em áreas que serão afetadas pelo PISF no Ceará. Metodologia: 1. Estudo ecológico, com analise
das mortes no Brasil em que esquistossomose foi mencionada na declaração de óbito (causa básica ou associada), no período de 2000 a
2015. Foram calculados coeficientes brutos e suavizados, por município de residência, no período total e distribuídos em quadriênios; 2.
Estudo transversal com identificação de fatores ambientais e epidemiológicos relacionados à transmissão. Em 06 municípios do
Ceará que serão diretamente afetados pelo PISF, foram selecionadas 33 coleções hídricas de importância epidemiológica para
levantamento malacológico límnico e caracterização dos padrões físico-químicos e microbiológicos dos corpos d água. Caramujos
do gênero Biomphalaria foram pesquisados quanto à eliminação de cercárias de Schistosoma mansomi e submetidos à identificação
molecular para diferenciação entre espécies. Os dados de positividade para esquistossomose das populações sentinelas (escolares de 07-
14 anos e trabalhadores do PISF) foram obtidos através dos métodos Kato-Katz e POC-CCA. Resultados: O Brasil registrou 11.587
óbitos relacionados à esquistossomose, no período estudado. O coeficiente médio anual de mortalidade foi de 0,38 mortes/100.000
habitantes, apresentando tendência de declínio a nível nacional. As Regiões Nordeste e Sudeste do país apresentaram áreas de elevado
risco de morte. Todos os municípios apresentaram alguma coleção hídrica com presença de Biomphalaria sp., sendo identificados B.
kuhniana e B. straminea. Nenhum escolar foi positivo e a positividade entre os trabalhadores foi de 2,88%. Conclusão: Os municípios sob
influência do PISF avaliados apresentam áreas com potencial para transmissão da esquistossomose. O PISF pode amplificar essa dinâmica
de transmissão, sendo importante reforçar as ações de controle e vigilância.