Page 969 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MORTALIDADE MATERNA NA 20ª REGIÃO DE SAÚDE DO CRATO/CE. 2006-2016.
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 787.296.453-87 Yana Carla Bezerra Feitosa de Amorim 20ª Regional de Saude do Crato/CE
893.097.313-20 Rosa Maria Madeira Coelho de Alencar SMS Crato
x 060.619.403-78 Maria de Lourdes Coelho de Alencar 20ª CRES Crato
730.472.103-06 Cristiano Feitosa de Amorim IFSertão PE
770.126.403-59 Nalber Sigian Tavares Moreira 20ª CRES
Resumo
Morte materna é o óbito de mulher grávida ou dentro do 42 dia após o termino da gestação por qualquer causa relacionada ou agravada
pela gravidez, podendo ser considerada morte materna tardia quando ocorrida no período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim
da gravidez. É classificada como morte materna obstétrica direta, aquela decorrente de complicações obstétricas durante a gravidez, parto
e puerpério; Morte materna obstétrica indireta quando resultante de uma doença pré-existente agravada pela gravidez, e, Morte obstétrica
não especificada se resultante de causas incidentais ou acidentais. Considerando o óbito materno grave problema de saúde pública e
a alta razão de mortalidade na 20ª Região de Saúde do Crato, localizada no sul do Ceará, macrorregião do Cariri, este estudo
quantitativo e retrospectivo, pretende identificar e descrever as mortes maternas ocorridas no período de 2006 a 2016, segundo as
causas e o perfil obstétrico das mulheres afetadas nos municípios da jurisdição da 20ª Coordenadoria de Saúde do Município do Crato. Foi
utilizado o banco de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS)e feitas as tabulações através de
planilhas eletrônicas do Excel, apresentadas em frequência simples, tabelas, mapa e gráficos. Os resultados evidenciam a
ocorrência da maioria dos óbitos maternos (42,7%) entre mulheres de 30-39 anos de idade, 42,1% com pouca escolaridade, 71,1% de
raça/cor parda e 44,7% em situação conjugal solteira. Houve acompanhamento de pré-natal em 81,57%das gestantes, 39,48%
tiveram sete ou mais consultas de pré-natal, e houve predominância (55,27%) de parto cesariano. As mortes obstétricas diretas
tiveram a maior proporção (60,5%) e os transtornos hipertensivos foram a principal causa de óbitos. A razão da mortalidade materna
na região, no período estudado manteve-se acima de 20/100.000 NV, limite aceitável pela Organização Mundial de Saúde(OMS), e teve
pico nos anos de 2010 com 144,09/100.000 NV e no ano de 2013 com 128,7/100.000 NV. Este estudo através da revisão da literatura
possibilitou a ampliação do conhecimento e aponta para a necessidade de aprimoramento da vigilância epidemiológica, da capacitação de
recursos humanos e implementação das políticas públicas, para o desenvolvimento de ações de saúde da mulher, com ênfase no ciclo
gravídico-puerperal, visando o enfrentamento das causas e prevenindo a mortalidade materna.