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18 | Filosofia como Remédio para a Solidão
De fato, viver sozinho não é uma experiência que
faça parte da vocação humana, pois somos seres para
outros seres, sociáveis em sua natureza e vinculativos
em suas relações.
Mas, mesmo a despeito de vivermos em um mun-
do povoado por mais de 7 bilhões de pessoas, estamos
sempre a defrontar-nos com reclamações que denun-
ciam sofrimento de solidão, mesmo quando estas pes-
soas estão acompanhadas.
O que de fato acontece com estas pessoas? Que
fenômeno é este carregado de pesar e de auto exclusão
que mina a alegria de viver e nos empurra para um lu-
gar onde tudo se congela e emudece?
Para responder adequadamente a esta indagação,
é preciso entender primeiramente o significado da so-
lidão.
Em regra, podemos interpretar a solidão de duas
maneiras: estar sozinho ou sentir-se só. Estar sozinho
é um fato comum a todas as pessoas. Nem sempre po-
demos estar acompanhados ou gozar da presença de
pessoas com as quais nos relacionamos. Esta é uma ex-
periência que pode reverter-se em benefício do solitá-
rio, podendo ser realmente construtiva. Isto, porque,
quando estamos sozinhos, podemos dispor da oportu-
nidade de desfrutar do momento da solidão: caminhar,
usufruir da natureza, meditar ou simplesmente fazer o
que desejamos sem interferência de outras pessoas.
Neste momento, a solidão tem uma característica so-
cial e abre a oportunidade para um encontro consigo
mesmo.