Page 17 - LIVRO - FILOSOFIA COMO REMÉDIO PARA A SOLIDÃO - PUBLICAR
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Djason B. Della Cunha | 17
Q
uando se fala de solidão, a primeira noção
que nos chega à mente é de algo negativo,
algo que se dá como negação da alegria, que
aponta para o sofrimento, a tristeza, a inca-
pacidade de elevar-nos à dimensão criativa, uma vez
que aprendemos culturalmente a valorizar o vínculo e
a relação com outras pessoas.
Neste sentido, a solidão surge-nos como um es-
tado de carência, quando nos falta alguém para parti-
lhar nossos desejos ou necessidades: namorar, passear,
conversar, ou fazer sexo.
Às vezes, a solidão é também confundida com
saudade, quando experimentamos o sentimento de au-
sência de pessoas amadas ou queridas que, por razões
diversas, tiveram de se afastar de nós.
Por vezes, ainda, confundimos a solidão com a
busca de equilíbrio, quando nos dispomos a vivenciar
a experiência de um lugar ermo, visando realinhar os
pensamentos.
Outra vez, chamamos de solidão o vazio que ex-
perimentamos diante da ausência de alguém ao nosso
lado. Tudo isso tem um significado provisório e peri-
férico, que não dá conta da exigência mais profunda do
sentido da solidão.
Contudo, é preciso lembrar também que a solidão
pode se apresentar como um estado positivo, na me-
dida em que o indivíduo atinge certa maturidade emo-
cional e um crescimento interior.