Page 19 - LIVRO - FILOSOFIA COMO REMÉDIO PARA A SOLIDÃO - PUBLICAR
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Djason B. Della Cunha | 19
Entretanto, sentir-se só é outra dimensão desta re-
alidade. Neste caso, o sentimento de solidão está rela-
cionado com o isolamento, com a sensação de não fa-
zer parte de algo, com a ideia de não pertencer a nada
ou não estar incluído em nenhum projeto que lhe de-
volva o sentido da vida. Este sentimento de não per-
tencimento é, comumente, caracterizado por uma forte
sensação de culpa, culpa da própria solidão, o que pode
favorecer na pessoa um estado de depressão.
A psicologia tem associado a solidão a uma situa-
ção em que o indivíduo interrompe a comunicação
com outras pessoas ou quando considera que suas re-
lações sociais não são satisfatórias. Assim, três carac-
terísticas são apontadas como definidoras da solidão,
por
a) Deficiência de relações sociais caracterizadas
pela interrupção da comunicação com as demais pes-
soas;
b) Experiência subjetiva na medida em que uma
pessoa não pode estar sozinha sem sentir-se só ou sen-
tir-se sozinha quando se refere a um grupo;
c) Sentimento desagradável caracterizado por um
“mal-estar” gerador de tédio ou angústia. O tema tem
enorme ressonância na sociedade contemporânea, já
que há uma alta incidência desse transtorno na vida das
pessoas. Do ponto de vista de uma estatística mundial,
podemos referir-se a um percentual bastante significa-
tivo: 35% da população entre 25 a 40 anos de idade
vivenciam o fenômeno da solidão.
No todo, salvo algumas exceções, a solidão pode
ser uma experiência tão indesejável que se aproxima
da ansiedade e da depressão. É tanto que a solidão tem